O documento relata dados sobre violência de gênero contra mulheres jornalistas
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) promove, em parceria com a PUC-SP, no dia 29.mar.2023, um debate para apresentar o Relatório 2022 do Monitoramento da Violência contra Jornalistas no Brasil feito pela entidade. O estudo revela um aumento de 23% nos ataques totais em comparação com 2021 e mostra que o número de agressões mais graves dobrou no período. O evento ocorre às 19h no Campus Monte Alegre da PUC-SP, auditório 239. Os convidados, que são jornalistas, representantes do terceiro setor e do poder público, vão debater sobre as tendências dos ataques contra a imprensa e as possíveis saídas para o problema.
A realização do evento tem apoio da Embaixada Britânica, que será representada na ocasião pela vice-chefe de Comunicação, Adriana Masetti. O relatório foi produzido com financiamento da rede Voces del Sur e da organização internacional Padf.
Pelo segundo ano consecutivo, a Abraji apresenta um relatório nacional dos dados do monitoramento de ataques gerais e do projeto Violência de Gênero contra Jornalistas, agora de forma unificada. Desde 2013, a associação acompanha as violações à liberdade de imprensa e, a partir de 2019, esses dados passaram a integrar os Relatórios Sombras produzidos pela Rede Voces del Sur, que reúne 16 organizações da América Latina e do Caribe em torno de uma metodologia comum de monitoramento baseado no ODS 16.10.01 da Agenda 2030 da ONU.
A jornalista Basilia Rodrigues, da CNN, vai comentar sobre algumas das agressões que sofreu no exercício diário da profissão. Segundo o projeto, foram registrados 145 episódios classificados como ataques de gênero e/ou contra mulheres jornalistas. Os ataques atingem, em sua maioria, a reputação e a moral da pessoa comunicadora e comumente envolvem termos misóginos e estigmatizantes, como “vaca”, “vadia” e “vagabunda”. O relatório ainda destaca episódios em que a violação da liberdade de imprensa foi acompanhada de homofobia, transfobia e racismo.
Unem-se ao debate a jornalista Bia Barbosa, coordenadora de incidência da Repórteres Sem Fronteiras na América Latina – uma organização que tem acompanhado a situação de risco que jornalistas enfrentam nas redes sociais e fora delas, no país e no mundo –, e Fabio Cypriano, professor e diretor da Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da PUC-SP, parceira do evento.
Representando o poder público, estarão Lazara Carvalho, Chefe do Gabinete da Secretaria Nacional de Justiça, e Vidal Serrano Nunes Júnior, procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo. A Secretaria Nacional de Justiça é responsável pela coordenação e realização do Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, criado em fev.2023. Em ago.2022, o Ministério Público do Estado de São Paulo, representado pelo procurador Vidal Serrano e pelo procurador-geral da Justiça, Mário Luiz Sarrubbo, firmou uma parceria com diversas entidades, como a Abraji, para a defesa da liberdade de imprensa. A parceria envolve o acompanhamento de denúncias de crimes contra jornalistas.
Sobre os convidados
Basilia Rodrigues é analista política da CNN Brasil, formada em Jornalismo e graduanda de Direito. Há quase 15 anos, cobre política e Judiciário. Venceu duas vezes o Troféu Mulher Imprensa, como repórter de rádio, em 2018 e 2020, na rádio CBN, onde trabalhou por 12 anos. Conquistou o Prêmio Analistas, em 2021 e em 2022, na categoria jornalista de Política, pela atuação na CNN. Além da experiência em reportagem, análise e consultoria política, a jornalista participa de treinamento de mídia, palestras e mediação de debates.
Bia Barbosa é jornalista e especialista em direitos humanos pela USP e mestre em políticas públicas pela FGV-SP. É coordenadora de incidência da Repórteres Sem Fronteiras na América Latina, chefiando o projeto “Sob risco”, sobre os mecanismos de proteção a jornalistas em funcionamento na região. Durante as eleições de 2022, foi responsável pela iniciativa da RSF que monitorou as agressões contra jornalistas nas redes sociais.
Fabio Cypriano, jornalista e crítico de arte, é livre docente em Arte e Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com pós-doutorado pela USP. É é diretor da Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da PUC-SP, onde também é professor na pós-graduação e na graduação. Escreveu para o Jornal da Tarde, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. É do conselho editorial das revistas South as a State of Mind (Grécia) e ARTE! Brasileiros, coautor de Histórias das Exposições, Casos Exemplares (EDUC, 2016) e autor de Pina Bausch (Edições Sesc, 2018), entre outras obras.
Lazara Carvalho é mãe, professora, advogada e defensora dos Direitos Humanos, mestranda em Métodos de Resolução de Conflitos pela UNIBER Chile e especialista em Educação nas Relações Étnico Raciais. É pesquisadora de comunicação não violenta e Justiça Restaurativa e porta-voz e cofundadora do Movimento ELO. Atualmente, ocupa a chefia do Gabinete da Secretaria Nacional de Justiça, responsável por secretariar o Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores.
Vidal Serrano Nunes Júnior, Subprocurador-Geral de Justiça de Políticas Cíveis e de Tutela Coletiva no Ministério Público do Estado de São Paulo, é graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1988), obteve os títulos de Mestre (1995), Doutor (2000) e Livre-docente (2008) em Direito pela mesma Universidade. É professor de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da PUC-SP. Exerce a função de Diretor da Faculdade de Direito da PUC-SP. É ainda autor de vários livros.
Serviço
Evento: Qual é o impacto da violência contra a imprensa na democracia brasileira?
Lançamento do Relatório anual do Monitoramento de ataques a jornalistas feito pela Abraji
Quando: Dia 29 de março às 19h
Onde: Campus Monte Alegre da PUC-SP (auditório 239)
O evento será transmitido pelo canal de Youtube da PUC-SP e da Abraji
Com informações Abraji