Cervi mantém relações com parlamentares como Damares Alves, Janaína Paschoal e a família Gandra
Se você é uma das 5 milhões de pessoas que utilizam o metrô da cidade de São Paulo diariamente, é possível que já tenha se deparado com um dos 70 cartazes do Centro de Reestruturação para a Vida (Cervi), afixado nos murais de aviso das estações. Por cima da silhueta do rosto de uma mulher, pintado na cor preta, há a seguinte pergunta em letras vermelhas garrafais: “GRÁVIDA?”. Logo abaixo, aparece uma mensagem ambígua — “Você está confusa ou completamente sozinha… Quais são as suas opções?”—, seguida de um “Ligue para Nós”, dois telefones e o logo da organização. Quem entra em contato pelos telefones no cartaz é convidado a conversar pessoalmente com uma assistente social ou psicóloga, que busca convencer a pessoa a levar a gravidez adiante por meio de promessas de ajuda e informações falsas sobre o procedimento do aborto.
Com atuação em todo o Brasil, a organização foi fundada nos anos 2000 e é ligada à rede americana Pregnancy Resource Center (PRC), conhecida pelas ações voltadas para dissuadir mulheres de abortar.
Em seu site, o Cervi se descreve como um centro assistencialista, oferecendo atendimento “integral a mulheres e familiares que enfrentam uma gravidez inesperada, vítimas de abuso sexual, violência doméstica ou que tenham passado pela experiência do aborto”. Informa já ter auxiliado mais de 6 mil mulheres, com o total de 18 mil atendimentos até 2020, sem esclarecer, porém, qual foi o tipo de ajuda prestada.
Em paralelo ao trabalho assistencialista, a organização mantém um forte ativismo na luta contra a legalização do aborto. Com uma sucursal em Brasília, bate ponto em reuniões, atos e audiências relacionadas às mulheres e aos direitos reprodutivos, além de se esforçar para captar fundos para a organização. A Agência Pública identificou ao menos R$ 170 mil em emendas parlamentares destinadas ao centro nos últimos quatro anos, sendo que destes R$ 100 mil vieram da Secretaria Nacional de Política para Mulheres, parte do então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos comandado pela hoje senadora Damares Alves.
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