Maioria na mão de obra da indústria do jeans, mulheres encaram jornadas de trabalho de até 14 horas diárias; crianças também realizam pequenos serviços
Desde a década de 1970, a atividade de produção de calçados de couro, até então predominante em Toritama, cidade do agreste de Pernambuco, foi substituída pela produção doméstica de pequenas peças de roupa.
Hoje, a base da indústria têxtil da cidade é o Ouro Azul, nome dado ao jeans. A matéria prima essencial dessa atividade econômica elevou o Produto Interno Bruto (PIB) do município de 47 mil habitantes, encravado no Semiárido, a R$707 milhões, em 2020 – seis vezes maior que o registrado em 2005.
Em 2017, o setor teve um faturamento de R$ 3,5 bi, segundo a Agreste Tex. Por ano, o Império do Jeans produz 800 milhões de peças e é responsável por 15% da produção consumida no Brasil, segundo o Sebrae.
Tudo isso ocorre com uma estrutura básica, que conta essencialmente com as facções, como são chamados os espaços onde se dá a etapa final de produção das peças e onde a força de trabalho é majoritariamente feminina.