Nos últimos dias, sentimentos de raiva, ódio, indignação, revolta e tristeza atravessaram meu corpo. Uma sensação de impotência absurda diante do que o presente nos apresenta de forma violenta e escancarada.
Há alguns anos, em um bar, um conhecido começou a falar sobre Marina Silva de forma violenta. Eu e Tony, um amigo, saímos com uma lista de defesas, mas em toda a discussão nada daquilo fazia sentido – os ataques, as frases machistas e a mentira plantada sobre ela que a esquerda da Santa Cecília acreditou e replicava nos bares de São Paulo.
Ouvido atento e reativo, o conhecido disparou: “Ela apoiou um cara de direita, na foto ela solta o cabelo e tudo, ela nunca solta o cabelo, quis mostrar que era mulher só ali?”. Aquilo foi como um soco. Tentei argumentar, mas era impossível. O homem, quando confrontado, é o pior dos seres humanos.
Anos depois, o mesmo conhecido postou sobre Marina, torceu por ela apoiando Lula e ao me encontrar em um ato disse “me enganei demais, né Mari?”. Eu ri e fiz cara que eu faço bem, pensando na ironia e na ocasião. A conjuntura mudou, os políticos que eram inimigos viraram aliados e até chamamos de “companheiro”.