Dos cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher previstos na lei Maria da Penha, a patrimonial é a mais difícil de reconhecer, afirma a mestre em ciência política Regina Célia Barbosa, cofundadora e vice-presidente do Instituto Maria da Penha.
“Às vezes, a mulher não entende que, se o cartão de crédito não está na bolsa dela, mas no bolso dele, isso é violência patrimonial”, exemplifica.
Ontem, 7 de agosto, a lei Maria da Penha completou 17 anos desde que entrou em vigor. Nesse período, discutiu-se sobre casos variados de violência física, psicológica, moral e sexual —as demais previstas na legislação— mas, na avaliação de Barbosa, é preciso dar maior visibilidade à violência envolvendo o patrimônio das mulheres.
Ele proíbe que ela coloque senha no celular. E diz que é por amor, porque a mulher é um bem precioso que ele não quer perder. Isso é violência patrimonial”, afirma Regina Célia Barbosa.
Outros casos típicos: quando o parceiro instala vírus no computador da mulher para vigiá-la; quando danifica uma roupa que prefere que ela não use; ou quando determina que mude o corte de cabelo.