A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo registrou um aumento de 34% dos casos de feminicídio no estado no primeiro semestre desse ano. Entre janeiro e junho, 111 pessoas foram assassinadas pelo fato de serem mulheres. No mesmo período do ano passado, foram 83.
A violência cresceu ainda mais no interior do estado. Um salto de quase 45%. Descontando os casos registrados na capital e na região metropolitana, 74 mulheres foram vítimas de feminicídio nas cidades paulistas. No ano passado, foram 51 mulheres.
Marisa Sametsu, diretora de conteúdo do Instituto Patrícia Galvão, olha os dados e faz vários questionamentos. Uma das hipóteses é de que mais mulheres estão dispostas a dar um basta a relacionamentos abusivos, só que encontram pela frente homens violentos e armados. Para Marisa, a certeza é de que o feminicídio é o retrato de um fracasso.
Questionada, a Secretaria de Segurança Pública disse em nota que São Paulo tem a maior estrutura do país de combate à violência contra a mulher, com 140 Delegacias de Defesa da Mulher, e que os crimes podem ser registrados 24 horas por dia pela internet.
Mas para Ivone Dias, da Marcha Mundial de Mulheres, essa estrutura é insuficiente já que em muitas cidades as mulheres não tem a quem recorrer. Ela sugere o uso de recursos que já existem para evitar mais mortes.
Além dos feminicídios, também cresceu o número de estupros. Uma alta de 7,5% em todo o estado. No primeiro semestre, foram registrados 1.362 casos desse tipo de crime.