Estado teve 14.504 casos de estupro no ano passado; 221 mulheres foram assassinadas em razão do gênero
O estado de São Paulo registrou 14.504 casos de estupro no ano passado — uma média de 39 por dia. Trata-se do maior número da série histórica, que teve início em 2001. Os feminicídios (assassinato de mulheres em razão do gênero) aumentaram 13,3% no último ano, pior resultado desde 2018, primeiro ano em que há dados sobre o crime.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), para quem o aumento dos registros de estupro se deve à maior quantidade de denúncias efetuadas por vítimas, e não necessariamente a alta no crime. Especialista ouvida pelo GLOBO diz que a maior conscientização, de fato, influencia na crescente, mas não explica totalmente o fenômeno.
Dos 14,5 mil casos de estupro, 11.133 são de vulneráveis, grupo que inclui vítimas menores de 14 anos ou indivíduos cujo estado de saúde os impede de discernir o ato sexual.
Comparando com o ano passado, quando foram registrados 13.240 casos, os estupros tiveram uma alta de 9,5% no estado. Só na capital paulista foram 3.037 registros em 2023. Já os casos de feminicídio passaram de 195 em 2022 para 221 no ano passado.