As mulheres no mercado de trabalho brasileiro estudam mais anos, mas não chegam a 40% dos cargos de liderança no país.
O que aconteceu
- Mulheres ocupam hoje 39,1% dos cargos de liderança no país, segundo levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria) feito com dados de 2023. Isso representa um aumento de menos de quatro pontos percentuais em relação a 2013, quando ocupavam 35,7% das posições de liderança. Os levantamentos foram feitos pelo Observatório Nacional da Indústria, com base em microdados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). São considerados cargos de liderança quem exerce funções como diretores, dirigentes, gerentes ou supervisores.
- Contudo, as mulheres empregadas estudaram mais tempo do que os homens. Segundo a pesquisa, elas estudaram 12 anos, em média, enquanto os homens fizeram isso por 10,7 anos, em média. Nem por isso chegaram a mais cargos de chefia.
- A amostra faz parte do estudo “Mulheres no Mercado de Trabalho”, que deverá ser apresentado hoje em evento da CNI. Além de posições de liderança, inclui dados da participação feminina em diversos vieses, como salário, escolaridade e jornada de trabalho.
Ritmo lento
- A equidade salarial entre homens e mulheres aumentou, mas também em ritmo reduzido. Segundo a CNI, em 2023, a paridade no Brasil chegou a 78,7 pontos e um total de 100. Em 2013, era de 72 pontos. Esta escala é usada pelo Fórum Econômico Mundial. Funciona assim: para cada um dos cinco indicadores (empregabilidade, escolaridade, liderança, remuneração e trabalho reprodutivo) é estabelecida uma pontuação, que, juntas, foram a escala: quanto mais perto de 100, maior a paridade.