O pedido de Registro foi realizado em 2011 pela Associação de Parteiras Tradicionais de Caruaru, Grupo Curumim, Instituto Nômades e Associação de Parteiras Tradicionais de Jaboatão dos Guararapes.
Por unanimidade, conselheiras e dos conselheiros do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovaram o reconhecimento do “Ofício, Saberes e Práticas das Parteiras Tradicionais do Brasil” como Patrimônio Cultural do Brasil. A aprovação ocorreu durante a 104ª Reunião do Conselho Consultivo do órgão, que ocorreu em 9 de maio. O bem será inscrito no Livro de Registro dos Saberes.
“É uma mensagem do conselho de que política patrimonial também diz respeito à saúde, ao cuidado e ao bem-estar. Os saberes do nascer e cuidar da saúde também fazem parte da nossa memória e precisam ser valorizados”, avalia Elaine Müller, antropóloga e integrante da equipe do Museu da Parteira, em conversa com o Catarinas.
O Iphan irá escrever o novo patrimônio no Livro de Registro dos Saberes, ao lado de outros bens culturais imateriais já patrimonializados, como o Ofício das Baianas de Acarajé, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal e o Sistema Agrícola Tradicional das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira.
Para a antropóloga, o reconhecimento dos saberes das parteiras como Patrimônio Cultural pode impulsionar a aceitação de novos saberes que vão além do senso comum do que seria a cultura popular. “Abre para debate outros processos que estão correndo, como das benzedeiras e da Ayahuasca”, exemplifica.