A inacreditável publicidade do creme, produto da multinacional indiana de cosméticos Midas Care, tem causado polêmica na Índia e repercutido em sites do mundo todo. A jornalista Cinzia Gubbini comenta em seu blog no site do jornal italiano il manifesto que o mercado de cremes clareadores tem forte impacto na Índia, no Sri Lanka e no Paquistão. Também em países europeus, com uma grande população de imigrantes africanos e asiáticos, os cremes são um grande sucesso – mesmo que na Itália sejam ilegais e um comerciante tenha sido preso no início de abril em Gênova por vendê-los.
A empresa indiana se defende: “A função clareadora é somente uma das muitas qualidades do produto”. Na revista indiana Open, um diretor de filmes publicitários e peças de teatro afirma que “se você tem duas belas garotas, uma com a pele clara e outra com a pele escura, você vê melhor as feições da garota de pele clara. Isto porque ela reflete mais a luz.”
A jornalista se pergunta: “mas qual é o problema de clarear a minha vagina, se eu estiver com vontade? Qual é o problema de comercializar um produto que, como sublinha a Midas Care, ‘é um ótimo produto’ (tem até ph balanceado)? Qual é o problema de difundir a ideia de que a cor da pele influi sobre a sua beleza – e não só, mas também sua felicidade, sua capacidade de se sentir bem consigo mesma e de atrair o seu namorado? E qual é o problema se já não basta clarear o rosto, mas agora queremos clarear também a vagina? Nenhum problema?”
Se os absurdos destacados por Cinzia já não fossem o suficiente, estudos indicam que o uso deste tipo de cosmético pode causar má-formação fetal, e estes cremes geralmente contém uma substância chamada hidroquinona, banida em alguns países, como a França, por riscos de câncer.
Leia em PDF: Fabricante indiano é acusado de racismo após lançar creme que “clareia” a vagina (Opera Mundi – 18/04/2012)