Uma vez mais ameaçada, Maria da Penha vai ganhar proteção, e sua casa será transformada em um memorial para servir como referência no combate à violência contra a mulher.
Maria da Penha vem sofrendo uma série de ataques da extrema direita e dos chamados “red pills” e “masculinistas”, que se reúnem em comunidades digitais para disseminar o ódio às mulheres.
Essa onda misógina procura se fortalecer com base em fake news ou mentiras que têm como base o descrédito da palavra da mulher. Por ser um símbolo do combate à violência doméstica no Brasil, Maria da Penha é um de seus principais alvos.
Uma das notícias falsas que passaram a circular questiona as duas tentativas de feminicídio pelas quais o ex-marido dela foi condenado. Esse discurso mentiroso vai contra todas as informações já comprovadas pela Justiça.
Diante da situação, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves viajou até o Ceará para tratar tanto com o governador Elmano de Freitas (PT) como com a Secretaria de Mulheres. Ficou estabelecido que Maria da Penha vai entrar no programa de proteção a defensoras de direitos humanos e passar a ter segurança particular.
Além disso, a casa onde ela sofreu a violência, em Fortaleza, vai ser transformada em um memorial. O local está alugado, e o projeto era inviabilizado por falta de recursos. A família também precisava vender a casa. O governo do estado, solicitado pela ministra, pediu agora a desapropriação do imóvel e o declarou de utilidade pública.
“A sociedade machista e misógina delega às mulheres a tarefa de seguir comprovando, de inúmeras maneiras, as violências que sofreram nas mãos de seus atuais ou ex-companheiros, mesmo após eles terem sido julgados e condenados”, disse a ministra, em declarações ao UOL.