Proibição do uso de hijab nas Olimpíadas viola direitos humanos, afirma Anistia Internacional

22 de julho, 2024 Alma Preta Por Giovanne Ramos

Relatório da organização denuncia discriminação de decisão da França e revela impacto na inclusão esportiva das mulheres muçulmanas

A Anistia Internacional publicou, na última terça-feira (16), um relatório de 32 páginas denominado “We can’t breathe anymore. Even sports, we can’t do them anymore” (“Já não podemos respirar. Até o esporte, não podemos praticar”, em tradução livre), que detalha o impacto da proibição de atletas francesas usarem lenços de cabelos ou hijab para competir nos Jogos Olímpicos de 2024. Segundo o órgão, a decisão expõe a hipocrisia discriminatória das autoridades da França.

“Impedir os atletas franceses de competirem com hijab esportivos nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos zomba das alegações de que Paris 2024 é a primeira Olimpíada da Igualdade de Gênero“, disse Anna Bwabus, pesquisadora de direitos das mulheres da Anistia Internacional na Europa.

Em setembro do ano passado, a ministra de esportes da França, Amélie Oudéa-Castéra proibiu atletas e integrantes das comissões técnicas do país de usarem símbolos religiosos durante os Jogos Olímpicos de 2024, o que inclui a proibição do véu islâmico, ou hijab. Em resposta, ativistas pediram o fim da proibição que deixa os atletas muçulmanos “excluídos e humilhados”, segundo organizações como a Aliança Sport & Rights, Human Rights Watch e a Anistia Internacional.

No entanto, faltando menos de dez dias para o início das competições, em 26 de julho, o país não deu sinais de que vai ceder aos apelos para que a política discriminatória seja anulada. A polêmica então retornou, com uma manifestação direta da Anistia Internacional.

“As regras discriminatórias que regulam o que as mulheres usam são uma violação dos direitos humanos das mulheres e meninas muçulmanas e têm um impacto devastador na sua participação no esporte, bloqueando os esforços para tornar os esportes mais inclusivos e mais acessíveis”, reforça Anna.

A Anistia Internacional ainda menciona que, apesar das repetidas exigências, o Comitê Olímpico Internacional (COI) até agora se recusou a pedir às autoridades esportivas na França para que anulassem suas proibições de atletas que usam o hijab nas Olimpíadas e em todos os níveis do esporte.

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