“Lei não precisa ser alterada, precisa ser corretamente implementada”, diz Maria da Penha

Congresso celebra os dez anos da Lei Maria da Penha

Brasília – Maria da Penha Maia Fernandes durante sessão solene para celebrar os dez anos da Lei Maria da Penha, legislação criada para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

07 de agosto, 2024 CNN Por Aline Fernandes

Sozinha, a legislação não tem o poder de acabar com a violência doméstica, segundo ela

Completando 18 anos nesta quarta-feira (7), a Lei Maria da Penha “não precisa ser alterada”. “Ela precisa ser corretamente implementada”, disse à CNN a farmacêutica Maria da Penha, que deu nome à lei.

Ela ficou paraplégica em decorrência de duas tentativas de assassinato cometidas por seu então marido, o colombiano Marco Antonio Heredia Viveros.

Em 1983, Viveros tentou matá-la duas vezes. Primeiro, atirou em suas costas enquanto ela dormia, simulando um assalto. Em consequência, ela perdeu o movimento das pernas. Depois, tentou eletrocutá-la durante o banho. Com a ajuda de amigos, ela conseguiu sair de casa e passou a lutar para que o agressor fosse condenado.

Recentemente, após ameaças, a farmacêutica e ativista foi incluída no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos do Ceará. A medida foi solicitada pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

A CNN conversou com Maria da Penha a respeito dos 18 anos da lei. Confira a seguir:

CNN: Como você vê a situação da violência contra a mulher no Brasil atualmente? Acha que avançamos?

Maria da Penha: Avançamos, sim. A Lei Maria da Penha foi um divisor de águas no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres. Antes, não se tinha como punir adequadamente os crimes. Porém, apesar das conquistas nesses 18 anos de vigência da lei, sabemos que muito ainda precisa ser feito.

CNN: Quais os aspectos mais importantes da lei Maria da Penha?

Maria da Penha: Acredito que o aspecto mais importante é o fato de a Lei Maria da Penha não apresentar somente a dimensão punitiva, mas também a preventiva e a pedagógica. Isso faz toda a diferença, pois a lei mostra que é necessário haver uma mudança cultural no país e que esta mudança precisa passar pela educação. Hoje, as mulheres se sentem mais encorajadas para denunciarem e refazerem suas vidas longe do medo e da opressão.

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