Com um século de atraso, Jogos Olímpicos alcançam equidade de gênero

12 de agosto, 2024 Mídia Ninja Por Vitor Costa e Rayane Melo

Apesar de pela primeira vez termos as olimpíadas com mesmo número de homens e mulheres, nem todos os países atingiram essa marca

Entramos no último dia das Olimpíadas de Paris 2024. E mesmo antes da cerimônia de encerramento, o Comitê Olímpico Internacional (COI) junto com os organizadores dos jogos, terão ao menos um motivo para comemorar: pela primeira vez na história da edição dos Jogos Olímpicos, na era moderna, temos uma edição com paridade de gênero de atletas.

Ou seja, pela primeira vez as delegações dos países participantes, que disputam a atual edição, terão o mesmo número de homens e mulheres. Mas a realidade, é que hoje, essa meta é comemorada, mas há um século, era muito diferente quando Paris recebeu os jogos pela última vez em 1924.

Uma vez que o francês Pierre de Coubertin, criador da versão moderna das Olimpíadas a partir de 1896 era contrário à participação das mulheres nos jogos. Conforme pesquisa feita pelo jornalista Jamil Chade do UOL nos arquivos do movimento olímpico moderno, em sua sede na cidade de Lausanne, na Suíça, justificou que “não haveria espaço para incluir as mulheres nos jogos, a não ser aplaudindo a entrega dos prêmios para os homens”.

No entanto, o veto à participação das mulheres não foi algo recente, mas sim desde as origens dos Jogos na cidade de Olímpia, na Grécia Antiga, por ser considerada um lugar sagrado dedicado a Zeus, portanto o local era considerado sagrado, conforme biografia disponível no site Portal São Francisco.

A participação feminina na primeira edição dos Jogos de Paris 1924

A inserção da participação feminina nos Jogos foi um processo lento e gradual, que demorou mais de um século para se concretizar. Para se ter uma dimensão, na última edição dos Jogos de Paris, a participação feminina era de menos de 5% do total de atletas participantes. Em números totais apenas 135 mulheres estavam competindo entre os mais de 3 mil atletas homens participantes naquela edição dos jogos, conforme matéria publicada em março deste ano pelo site do Globo Esporte.

O machismo e até mesmo a proibição da presença de mulheres em práticas esportivas foram principais entraves para a baixa representatividade feminina ao longo de todas as edições dos Jogos. O Brasil é um exemplo disso. Em Paris 1924, quando o país participou pela segunda vez, nenhuma mulher esteve presente na delegação brasileira, de apenas 13 atletas, na capital parisiense, conforme mostra matéria especial no site do jornal Folha PE.

Ao mesmo tempo, a reportagem especial feita pela publicação revela ainda que na primeira edição dos jogos em solo francês, há cem anos atrás, a delegação do Brasil, que teve 12 atletas homens, não levou nenhuma mulher. Esse quadro começaria a ser mudado a partir da edição dos Jogos de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 1932, quando a nadadora Maria Lenk, foi a única representante feminina da delegação brasileira na ocasião.

E assim foi aumentando gradativamente nas edições seguintes dos jogos, apesar de alguns retrocessos quanto à participação feminina em algumas modalidades no Brasil, como a proibição da prática do futebol feminino pelas mulheres, durante o Governo do Presidente Getúlio Vargas, no ano de 1941, por meio do Decreto Lei número 3.199/41, que vigorou por mais de 4 décadas, sob justificativa de ser uma prática exclusiva para homens.

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