Violência contra as mulheres só vai ser superada com ação de todos, diz Cida Gonçalves

26 de agosto, 2024 Agência Gov Por Eduardo Biagini

Ministra das Mulheres falou sobre a campanha ‘Feminicídio Zero’, Novo Ligue 180 e investimentos para fortalecer serviços nos estados e municípios

A participação da sociedade é fundamental para diminuir todas as formas de violência contra as mulheres. Foi o que afirmou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, durante participação no programa Bom Dia, Ministra desta quinta-feira (22/8), transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

No mês dedicado a alertar sobre o fim da violência contra a mulher, o Agosto Lilás, e que também marca o aniversário de 18 anos da Lei Maria da Penha, o Governo Federal lançou a campanha Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada. O objetivo é mostrar como as pessoas próximas podem agir para interromper uma situação de violência. As estatísticas mostram que a cada seis horas, uma mulher morre vítima de feminicídio no Brasil, 63% delas negras. Outros dados indicam que três em cada dez brasileiras já foram vítimas de violência doméstica, a cada seis minutos uma menina ou mulher sofre violência sexual e, a cada 24 horas, 113 casos de importunação sexual são denunciados.

Ao afirmar que a lei que garante direitos e proteção às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar é considerada uma das três mais completas do mundo e citando o aumento nos casos de feminicídio, de violência sexual e de denúncias de violência física, psicológica, moral e patrimonial, a ministra reforça que todos devem se engajar para mudar esta realidade.

“A cada seis horas uma mulher morre pelo fato de ser mulher, que é o crime do feminicídio. E ele vem acompanhado de violência sexual. Então você tem todas as características de um crime de crueldade. E esse é o desafio que está colocado para o Brasil. É muito importante que a sociedade conheça, saiba quais são os serviços que nós temos do governo para atender, para dar resposta, mas principalmente comece a entender que é você, individualmente, que vai ajudar a resolver o problema. Nós podemos construir cinco mil Casas da Mulher Brasileira no nosso país, mas se a pessoa não ajudar, nós não vamos dar conta”.

“Nós estamos vivendo um momento no nosso país de muito ódio, de muita intolerância, de muito desrespeito. Isso vai para dentro de casa. Isso vai recair sobre as mulheres”, afirmou Cida Gonçalves.

A campanha inclui o lançamento do filme Ajuda, que traz histórias que exemplificam como pessoas próximas podem agir para interromper situações de violência contra a mulher. As situações envolvem relações familiares, entre amigos e entre uma moradora e um porteiro de prédio, e como todos eles reconhecem a situação de violência, acolhem a mulher e buscam ajuda. O objetivo é dialogar especificamente com os homens.

Outra ação da campanha é a presença em jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol. Uma parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem levado mensagens aos estádios de futebol.

Dados revelam que cidades que abrigam estádios de futebol identificam o aumento de 23,7% no registro de boletins de ocorrência em detrimento de ameaças contra mulheres em dias de jogos. Já os registros de lesão corporal sobem 25,9%, aponta pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Avon em 2022.

“Desde 6 de agosto nós estamos com todos os times entrando com camiseta, braçadeira, com a faixa do ‘Feminicídio Zero’. O estádio ainda é um lugar dos homens, e nós precisamos chegar lá e convencer os homens de que, primeiro, eles não podem ser agressores. Segundo, quem tem um amigo agressor, tem que conversar. Você viu, você sabe, seu amigo diz que é violento com sua mulher, vai lá e conversa, não deixe isso acontecer. Nos queremos que os homens estejam juntos com a gente. Nós precisamos de uma sociedade diferente para os homens, mulheres e nossos filhos”, disse a ministra.

Novo Ligue 180

Principal canal de informações sobre direitos e denúncias de agressões motivadas por gênero, o Novo Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher), lançado este mês, foi destacado pela ministra durante o bate-papo com radialistas de várias regiões.

Ao assumir a coordenação do Ligue 180, o Ministério das Mulheres retomou acordos de cooperação técnica com órgãos da rede de atendimento para que houvesse compromisso de dar retorno das providências adotadas. As informações são consideradas fundamentais não só para atualização do atendimento às usuárias do serviço, mas para o aprimoramento de políticas de enfrentamento à violência contra a mulher.

“Nós estamos com atendentes qualificadas para todas as formas de violência contra as mulheres. Nós continuamos atendendo 24 horas por dia, a ligação continua gratuita. Nós temos o Whatsapp para quem não conseguir ligar, [(61) 99610-0180], nós estamos atendendo no Brasil inteiro com maior treinamento, com mais informações, porque nós não tínhamos toda a rede de atendimento, para onde a mulher vai no município, o que ela vai fazer”.

“Então se ligar, você tem como saber onde ir, o que fazer, qual serviço pode te atender no seu município. Agora o 180 foi preparado para atender as mulheres em situação de violência, e os homens que quiserem denunciar também. Por que nós estamos na campanha do Feminicídio Zero dizendo que violência contra as mulheres não é um problema só das mulheres. Ou é um problema da nação ou nós não vamos dar conta dele. Então se você não sabe o que fazer, se você sabe de uma vizinha, de uma amiga, de alguém não sabe o que fazer, liga no 180. As atendentes estão preparadas para te orientar, para te dar informação”, explicou Cida Gonçalves.

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