Ministério das Mulheres se pronuncia após denúncia contra Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos: ‘Inadmissível’

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Pelo terceiro ano, aconteceu em Belo Horizonte a Marcha das Vadias.Uma manifestação que combate a violência contra a mulher.A ideia é ocupar as ruas de forma irreverente – e combativa – para chamar a atenção da sociedade para um preconceito do qual mulheres do mundo todo são vítimas: a de serem julgadas e assediadas em função da roupa que usam.Trata-se de um condicionamento cultural aparentemente inofensivo, mas que perpetua uma lógica cruel de dividir as mulheres entre as que merecem respeito e as que podem ser desrespeitadas – física, moral ou emocionalmente.Precisamos, pois, discutir essa lógica sexista perversa que prefere julgar a vítima, e não o agressor.Concentração 13:00h, na Praça da Rodoviária. Saída às 16:00h em direção à Praça da Estação, passando pela Rua Guaicurus. Da Praça da Estação, para a rua da Bahia em direção à Praça da Liberdade.Belo Horizonte, MG. 25 de maio de 2013.CC BY-SA | Foto: upslon.

06 de setembro, 2024 Marie Claire Por Redação

Me Too recebeu denúncias contra o ministro; em nota, Silvio Almeida nega as acusações e aciona órgãos para apurar o caso

O Ministério das Mulheres se pronunciou, nesta sexta-feira (6), sobre as denúncias de assédio contra o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, divulgadas na última quinta-feira (5) com exclusividade pelo portal Metrópoles. Em nota enviada a imprensa, o órgão diz que tal conduta é “inadmissível” e reforça que o caso está sendo apurado pela Comissão de Ética da Presidência da República.

No comunicado, o Ministério ainda garante que a palavra das mulheres terão sempre seu “crédito e respeito” e que nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada.

Entenda o caso

O Me Too Brasil recebeu denúncias contra o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, sobre supostos episódios de assédio sexual. A organização, que acolhe e protege mulheres vítimas de violência, confirmou o ocorrido em nota oficial enviada à imprensa, mas sem revelar as identidades das denunciantes por garantirem o anonimato.

“A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e Cidadania. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”, diz o comunicado divulgado na última quinta-feira (5).

Inicialmente, a existência das denúncias foi revelada pelo colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles. Segundo o veículo, a ministra Anielle Franco seria uma das vítimas e teria relatado episódios de assédio por parte do ministro. A colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, também confirmou as informações e disse que tentou contato com a ministra em julho. Na época, ela não negou e nem confirmou as informações.

Em nota oficial, Silvio Almeida se referiu às denúncias como “ilações”. O ministro também informou que acionou a Controladoria Geral da União, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Procuradoria-Geral da República para investigar o caso.

“Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização. Sempre lutarei pela verdadeira emancipação da mulher, e vou continuar lutando pelo futuro delas. Falsos defensores do povo querem tirar aquele que o representa. Estão tentando apagar a minha história com o meu sacrifício”, diz o responsável pela pasta.

Episódios de assédio por parte de Silvio Almeida a Anielle Franco teriam acontecido em 2023
Ainda de acordo com o Metrópoles, Anielle teria relatado o assédio a amigos e interlocutores em 2023. O veículo confirmou a informação ouvindo quatorze pessoas próximas, entre assessores, amigos e outros ministros. A ministra da Igualdade Racial teria relatado que foi vítima de toques nas pernas, beijos inapropriados no cumprimento e alvo de palavras de cunho sexual por parte de Almeida. Até o momento, ela não se pronunciou oficialmente e declarou para o veículo que não comentaria o caso.
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