SP registra número recorde de feminicídios em 2024, aponta levantamento

Ato contra o feminicídio no Distrito Federal na cidade satélite de São Sebastião (DF). Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Ato contra o feminicídio no Distrito Federal na cidade satélite de São Sebastião (DF). Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

16 de janeiro, 2025 g1 Por Amanda Lüder

De janeiro a novembro, foram 226 casos. Mesmo sem os dados de dezembro, 2024 já é o ano com o maior número da série histórica, iniciada em 2015. Na capital, também houve recorde de casos.

O estado de São Paulo registrou um número recorde de feminicídios em 2024. De janeiro a novembro, foram 226 casos. Mesmo sem os dados de dezembro, que ainda não foram publicados, já é o maior número de toda a série histórica, iniciada em 2015.

O levantamento foi feito pela GloboNews com base em dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

O número representa um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior. Entre janeiro e novembro de 2023, foram 195 casos.

Capital paulista

Considerando somente a capital paulista, o número de feminicídios em 2024 também foi recorde. Entre janeiro e novembro, foram 48 casos — o maior número desde o início da série histórica.

Um desses casos foi o de uma empresária morta a tiros pelo ex-marido na Ladeira Porto Geral, uma das ruas de comércio popular mais movimentadas do Centro de São Paulo. O crime, em plena luz do dia, foi registrado por câmeras.

Na comparação com os 11 primeiros meses de 2023, quando 34 mulheres foram vítimas de feminicídio, o crescimento foi de 41%.

A coordenadora do Laboratório de Estudos de Feminicídios (LESFEM), Silvana Mariano, explica que o crescimento do índice tem duas razões: o aumento da violência contra a mulher em si e também uma classificação mais adequada desse tipo de crime por parte das autoridades policiais.

“Nós encontramos sistematicamente, por exemplo, em notícias veiculadas pela imprensa, cenários de casos que são típicos de feminicídio e que as autoridades policiais ainda nomeavam como homicídio”, afirma a socióloga.

Ainda assim, a coordenadora do LESFEM diz que há subnotificação de casos de feminicídio. “É preciso capacitar as equipes e adequar os protocolos já existentes. Na medida que isso for acontecendo, os números ainda vão aumentar”, explica.

Pena de 12 a 30 anos de prisão

Os feminicídios passaram a ser contabilizados pela SSP em abril de 2015, um mês após a Lei do Feminicídio ter sido publicada.

Essa lei federal considera feminicídio quando o assassinato envolve violência doméstica e familiar, e menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima. Por se tratar de um homicídio qualificado, a pena do condenado varia de 12 a 30 anos de prisão.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública afirma que se mantém atenta à variação dos indicadores criminais e ampliou os canais para comunicação deste tipo de crime, que funcionam 24 horas por dia.

Acesse a matéria no site de origem.

Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas