Estudo relaciona aumento na busca por abortos e crescimento no uso de métodos contraceptivos naturais

27 de janeiro, 2025 Marie Claire Por Marcella Centofanti

Nos últimos anos, houve uma mudança do uso de estratégias para evitar uma gravidez entre mulheres que solicitaram aborto em entidade na Inglaterra e no País de Gales

Nos últimos cinco anos, houve um declínio no número de usuárias de métodos contraceptivos como a pílula anticoncepcional e um aumento de estratégias naturais para evitar uma gestação. A mudança pode estar relacionada a uma maior busca por abortos. Essas foram as principais conclusões de um novo estudo publicado no periódico BMJ Sexual and Reproductive Health.

Pesquisadoras avaliaram dados de pessoas na Inglaterra e no País de Gales que recorreram ao British Pregnancy Advisory Service (BPAS), uma instituição de saúde britânica que, há mais de 55 anos, defende e cuida de mulheres e casais que decidem interromper a gravidez.

Em janeiro a junho de 2018, primeiro período analisado, 33.495 mulheres buscaram aconselhamento para um aborto. Já de janeiro a junho de 2023, segunda janela estudada, 55.055 mulheres procuraram o serviço.

Mudança no perfil dos métodos contraceptivos

As chamadas práticas baseadas na percepção da fertilidade são um grupo de medidas para evitar uma gestação sem o uso de hormônios ou métodos de barreira, como a camisinha.

Elas reúnem estratégias como o rastreamento dos ciclos menstruais, a exemplo da tabelinha, e de outros sinais fisiológicos, como o muco do colo do útero. Assim, é possível estimar a janela fértil da mulher, isto é, o período da ovulação.

A pesquisa mostrou que esses métodos cresceram de 0.4% para 2.5% no período estudado. Embora sejam minoritários, essas estratégias apresentaram um aumento significativo.

Em contrapartida, o uso de ferramentas hormonais, a exemplo da pílula, diminuiu de 18,8% para 11,3%, enquanto a adoção de contracepção reversível de ação prolongada, tipo o DIU, caiu de 3% para 0,6%. As participantes que relataram não usar nenhum método contraceptivo no momento da concepção aumentaram significativamente em 14% — 55,8% para 69,6%.

Eficácia das estratégias para evitar uma gravidez

Rastrear a fertilidade por conta própria ou com o auxílio de aplicativos é possível, mas exige vigilância constante, como medir a temperatura corporal para saber quando está ovulando, e não ter relação no período fértil.

O NHS, sistema de saúde pública britânico, informa que, quando usados ​​corretamente o tempo todo, essas práticas têm entre 91% e 99% de eficácia na prevenção da gravidez. No entanto, caso as instruções não sejam seguidas à risca, a eficácia cai para 76%. “Isto significa que 24 em cada 100 mulheres vão engravidar se monitorarem a sua fertilidade durante um ano”, diz o site da entidade.

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