(O Globo) Problema é mais discutido no exterior, onde as leis costumam ser mais duras
Considerado crime no Brasil desde 2001, o assédio sexual no ambiente de trabalho é um problema mais discutido fora do país, onde as legislações costumam ser mais duras e casos de autoridades e políticos famosos movimentam a mídia, como o de Dominique Strauss-Kahn, que renunciou ao cargo de diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) após ser acusado de agressão sexual. Aqui, até hoje, ao contrário do que acontece na Europa, a vítima é quem deve provar que foi assediada. Mas isso não quer dizer que o problema não afete trabalhadores brasileiros.
Uma pesquisa da Trabalhando.com com 478 pessoas – homens e mulheres – aponta que 40% dos entrevistados já sofreram ou sofrem algum tipo de assédio sexual no ambiente de trabalho, sendo 32% mulheres e 8%, homens. Os 60% restantes afirmam nunca terem sofrido nenhuma agressão desse tipo. O mais surpreendente, segundo a pesquisa, é que, das 191 pessoas que responderam ter sofrido algum tipo de assédio, 20% são homens.
Segundo o diretor-geral da consultoria e autor do best-seller de carreira ”A estratégia do olho de tigre”, Renato Grinberg, o assédio sexual pode se configurar de diferentes maneiras, e que é importante que a vítima informe imediatamente que não está confortável com o comportamento da pessoa que a está assediando, antes mesmo de envolver o RH da empresa ou autoridades de fora.
“Um profissional pode ser assediado por meio de promessas de tratamento diferenciado ou ameaças de represálias, como a perda do emprego, por parte do superior hierárquico ou sócio da empresa, exigindo que o empregado ceda às suas investidas”, diz.
Ele ressalta que, nos Estados Unidos, o assédio é considerado discriminação sexual e o responsável por ele pode sofrer um processo civil e ter de pagar uma indenização à vítima. Aqui no Brasil, no entanto, isso ainda é mais difícil, mas é possível sim processar quem pratica esse tipo de assédio.
Acesse em pdf: No Brasil, 40% já sofreram assédio sexual no trabalho (O Globo – 04/05/2012)