Organização critica proposta que restringe aborto legal: “retrocesso perigoso”

21 de outubro, 2025 Revista Fórum Por Lucas Vasques

ONG Criola avalia que medida, aprovada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado, aprofunda desigualdades e ameaça vida de meninas e mulheres negras

A ONG Criola, organização da sociedade civil fundada em 1992 e conduzida por mulheres negras, se manifestou amplamente contrária à ideia que restringe acesso ao aborto legal no Brasil. A proposta foi aprovada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado.

A medida proíbe a interrupção da gestação após a 22ª semana, mesmo nos casos de estupro e risco à vida da gestante. A ONG considera que a iniciativa representa um grave retrocesso e impacta, especialmente, a vida de meninas e mulheres negras.

O projeto altera o Código Civil para assegurar ao nascituro o “direito inviolável ao nascimento sadio e harmonioso”, impedindo o aborto legal nesse período e abrindo brechas para criminalizar mulheres em situação de vulnerabilidade.

A medida se soma à chamada “lei do nascituro”, conjunto de propostas legislativas, que busca criar um “Estatuto do Nascituro”, o que agrava, ainda mais, o cenário de controle sobre os corpos das mulheres e retrocesso em direitos.

“Fortalecer a autonomia das mulheres negras e garantir igualdade de direitos são passos essenciais para enfrentar a desigualdade histórica que atravessa as relações de raça e gênero no país”, destacou Mariane Marçal, assistente de coordenação de projetos e incidência política na organização.

“Defendemos que políticas públicas devem ser baseadas em direitos, ciência e justiça social, e não em valores morais e crenças que limitam a liberdade e a autonomia das mulheres”, ressaltou.

A organização acredita que é dever de toda a sociedade romper com estruturas e discursos que aprisionam as mulheres em padrões conservadores, muitas vezes sustentados por interpretações religiosas usadas com fins políticos.

“A falta de informação qualificada e de acesso a serviços de saúde impede que as mulheres conheçam todos os cenários e exerçam seu direito de escolha de forma segura e consciente”, relatou Mariane.

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