Aborto legal: 5 pontos para entender como decisão da Câmara ameaça a vida de meninas no Brasil

Manifestantes contra o PL da gravidez precoce se reúnem no Masp

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

10 de novembro, 2025 Marie Claire Por Redação

Deputados federais votara para revogar resolução do Conanda que regulamentava diretrizes nacionais para meninas vítimas de estupro acessarem serviços de aborto legal — previsto em li desde 1940 — e reacendem debate sobre direitos reprodutivos e proteção de crianças

A aprovação na Câmara dos Deputados do Projeto de Decreto Legislativo nº 3/2025 marca mais um ponto de inflexão no atendimento de meninas vítimas de violência sexual no Brasil. Por 317 votos favoráveis e 111 contrários, deputados federais escolheram, no último dia 5, revogar a Resolução nº 258/2024 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) que estabelecia um protocolo nacional de atendimento para a realização do aborto legal em meninas e adolescentes vítimas de estupro.

O juízo do Conanda não expandia a legislação atual (que permite o aborto em casos de violência sexual, gestação de feto anencéfalo e risco de vida à pessoa gestante). Apenas estipulava diretrizes que unem a sociedade civil para garantir acolhimento, proteção integral e sigilo às vítimas de estupro.

A ação da Câmara coloca ainda mais em xeque, sobretudo, as vidas de meninas. Dados do 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontam que 76,8% dos casos de estupro registrados no Brasil em 2024 tinha como vítimas menores de 14 anos. Em 45,5% dos casos, o agressor era uma pessoa da família.

Caso o PDL seja aprovado no Senado Federal, ela passa a valer e não precisará passar pela apreciação do presidente Lula (PT).

Organizações em prol dos direitos reprodutivos organizam um abaixo-assinado e marcam ato nacional nas ruas nesta terça-feira (11), com o intuito de pedir que o Senado não aprove o projeto e mantenha a resolução do Conanda. Até o momento, Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Vitória e Porto Alegre confirmaram manifestações.

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