(Natasha Pitts, da Adital) A ONG internacional Save the Children lançou neste mês de maio o 13º Relatório sobre o Estado Mundial das Mães em que analisa os piores e os melhores países para ser mãe. O documento leva em consideração fatores como educação, saúde, status econômico e político das mães, além do bem estar básicos dos filhos/as.
No relatório estão listados os dez melhores países para ser mãe, entre os quais estão: Noruega, Islândia, Suécia, Nova Zelândia, Dinamarca, Finlândia, Austrália, Bélgica, Irlanda e Holanda/Reino Unido. Vale observar que oito dos dez países se localizam na Europa. Outro destaque é que a Espanha, antes em 12º lugar neste ranking, caiu para a 16ª posição em 2012.
Já entre os dez piores se encontram: República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Sudão, Chad, Eritrea, Mali, Guiné-Bissau, Iêmen, Afeganistão e Níger. Neste grupo, o destaque vai para o Afeganistão, que deixou de ser o pior país para ser mãe e passou a posição para Níger. Neste grupo, oito dos dez países listados se localizam na África subsaariana.
Save the Children destaca que na Noruega – considerado o melhor país para ser mãe – as mulheres estudam, em média, 18 anos, e tem expectativa de vida de 82 anos. 82% delas usam métodos anticonceptivos e apenas uma em cada 175 corre o risco de perder o filho antes que ele complete cinco anos. Na outra ponta, em Nìger, a situação é bem diferente. A expectativa de vida é de 56 anos, elas estudam cerca de quatro anos e apenas 5% usam métodos anticoncepcionais. Além disso, uma de cada sete crianças morre antes dos cinco anos.
A desnutrição é uma das grandes vilãs. Pelo menos um quinto dos casos de mortalidade materna e mais de um terço dos casos de mortalidade infantil são provocados pela falta de alimentação adequada. A explicação para isto, em sete dos dez piores países para ser mãe, é a intensificação de uma crise alimentar. Em Níger, segundo aponta o relatório, a vida de um milhão de crianças está em risco.
“A desnutrição é a causa profunda de mais de 2,6 milhões de mortes infantis por ano. Entre os que sobrevivem, uma de cada quatro crianças no mundo sofre desnutrição crônica, quer dizer, não tem os nutrientes que necessitam por isso seus corpos e cérebros não se desenvolvem como deveriam. Um terço das crianças na Ásia, uns 100 milhões, sofrem desnutrição crônica. Na África, quase dois de cada cinco, uns 60 milhões no total”, destaca.
Este problema não é exclusivo das crianças. As mães também sofrem desnutrição e acabam influenciando a saúde de suas crianças. Na África Subsaariana, 20% das mulheres estão excessivamente magras e na Ásia Meridional esta cifra atinge 35%. Já em alguns países em desenvolvimento, 49% das gestantes apresentam anemia, enfermidade que é uma das principais causas da mortalidade materna e pode causar partos prematuros e baixo peso nos recém-nascidos.
Em meio a este panorama, Save the Children defende veementemente o aleitamento materno como forma de proteger tantos as mães quantos os filhos, pois este ato pode salvar a vida de um milhão de crianças por ano. Para isso, é preciso mudar os atuais números: menos de 40% dos recém-nascidos em países em desenvolvimento são beneficiados com o aleitamento materno. A organização acredita que os motivos vão da falta de compromisso político até a ausência de programas concretos.
A organização recomenda também que os países priorizem a luta contra a desnutrição. Ainda para combater este mal pede a governos, doadores e agências internacionais que invistam em trabalhadores sanitários e na educação das meninas, aspectos chaves para acabar com o ciclo da desnutrição.
Especialmente aos países em desenvolvimento, a recomendação é implantar planos de nutrição integrados aos planos de saúde materno-infantil. E aos países doadores e agências internacionais, Save the Children pede o cumprimento dos compromissos de financiamento firmados para que seja possível alcançar os Objetivos do Milênio nº 4 e nº 5, relacionados à saúde materno-infantil.
Mais informações no site: http://www.savethechildren.es/
Acesse em pdf: Organização divulga relatório com melhores e piores países para ser mãe (Adital – 18/05/2012)