21/06/2012 – “As mulheres e as crianças são a face da pobreza no mundo”, diz presidente Dilma

21 de junho, 2012

(R7 Notícias) Ela disse que autonomia econômica das mulheres vai garantir a cidadania plena 

A presidente Dilma Rousseff disse que “as mulheres e as crianças são a face da pobreza no mundo”, no início da tarde desta quinta-feira (21), durante discurso no Fórum de Mulheres Líderes sobre Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres no Desenvolvimento Sustentável, um dos eventos da Rio+20 que acontece no Riocentro, zona oeste do Rio de Janeiro.

Ela destacou que as mulheres são as grandes aliadas no combate à pobreza.

— A crise econômica não pode eliminar os ganhos e avanços obtidos por muheres e crianças nos últimos anos. As mulheres e as crianças são a face da pobreza no mundo.

A presidente também defendeu igualdade de gêneros e disse que a autonomia econômica das mulheres, particularmente afetada nesta conjuntura de crise global, é fundamental para a construção de sua cidadania plena.

— Para tanto, precisamos enfrentar lutas antigas, mas ainda necessárias, em especial pelo igual acesso a oportunidades de trabalho, remuneração, proteção social e muitas vezes por defesa física contra a violência. A expansão deve ser acompanhada no maior engajamento dos homens nas tarefas domésticas e em cuidar dos filhos.
 
Dilma falou sobre alguns programas de governo e disse que 93% dos beneficiados pelo Bolsa Família são mulheres. Ainda segundo a presidente, “a Rio+20 apresenta a possibilidade de desafio de incorporar os direitos das mulheres como dimensão crucial e estruturante do processo do desenvolvimento sustentável”.

— Sem isso, não atingiremos os objetivos que nos trazem ao Rio de Janeiro. A preocupação com a consolidação da presença das mulheres na política deve norterar as iniciativas ligadas a cada um dos pilares do desenvolvimento sustentável.

Mais cedo, por volta das 8h30, a presidente tomou café da manhã com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, no Hotel Windsor da Barra da Tijuca, zona oeste.

Dilma tem uma agenda intensa de compromissos paralelos à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Ela terá reuniões ao longo do dia com o presidente do Congo, Denis Sassou-Nguesso, e os primeiros-ministros Julia Gillard (Austrália) e Wen Jiabao (China).

A equipe da presidente recebeu 57 pedidos para audiências bilaterais. Mas, em decorrência das dificuldades de tempo, Dilma deverá se reunir apenas com sete autoridades. Além das audiências desta quinta, ela se reuniu na quarta-feira (20) com os presidentes François Hollande (França), Macky Sall (Senegal) e Goodluck Jonathan (Nigéria).

Os encontros foram marcados por um tom de cobrança por parte da presidenta que, no caso da França, esperava mais empenho em relação aos pontos do texto da conferência que esbarravam em compromissos financeiros. Dilma lembrou que países africanos contribuíram com os europeus para a superação da crise. De outro lado, ouviu críticas ao documento concluído pelos negociadores. Eles estiveram, nos últimos dias, sob o comando da delegação brasileira que empenhou-se em concluir um documento conciso antes que os líderes dos países chegassem à conferência.

Anteriormente, estavam previstos encontro com o presidente de El Salvador, Mauricio Funes, que é casado com a brasileira Vanda Pignato, ligada ao Partido dos Trabalhadores, e uma reunião com cerca de 50 representantes da União Africana. Mas esses compromissos não foram incluídos na primeira agenda da presidenta que, no entanto, pode ser alterada.

Dilma quer assegurar aos africanos que, assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quer manter uma relação privilegiada com a África, que está entre as prioridades da política externa brasileira. Desde que assumiu o governo, ela visitou Angola e Moçambique, mas pretende ampliar as viagens para outros países da região.

Os líderes africanos reiteram que pretendem fortalecer as relações com o Brasil e a América Latina, pois acreditam que os continentes têm semelhanças. Para os africanos, a globalização aproxima os países de tal maneira que há uma tendência também à ampliação da classe média na África, como ocorre no Brasil.

Uma das preocupações dos africanos é com o crescimento populacional, pois a estimativa é que em breve a África tenha 2 bilhões de habitantes. Eles querem desenvolver parcerias para implementar a agricultura tropical, aproveitando a geologia da região que é semelhante à do Brasil, e trocar experiências para a transferência de tecnologias.

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