(O Globo) Pela primeira vez, de acordo com o IBGE, em 2011, a expectativa de vida do brasileiro ao nascer passou dos 74 anos: 74,08 anos, ou seja, 74 anos e 29 dias. Em relação a 2010, o ganho foi de 3 meses e 22 dias. Se o dado for comparado com o do ano 2000, são 3 anos, 7 meses e 24 dias a mais, um incremento de 3,65 anos. O dado sobre a expectativa de vida é fundamental para o cálculo do fator previdenciário, utilizado na definição da aposentadoria dos brasileiros. Desde a criação do fator, o Ministério da Previdência economiza cerca de R$ 56 bilhões com o pagamento de aposentadorias.
Já utilizando os dados do Censo 2010, as Tábuas Completas de Mortalidade para o Brasil 2011 apontam ainda que o ganho de expectativa de vida ao nascer, na última década, foi maior para os homens (3,8 anos) do que para as mulheres (3,4 anos). No entanto, um recém-nascido homem, em 2011, esperaria viver 70,6 anos, e meninas recém-nascidas tinham expectativa de vida de 77,7 anos.
Foram calculadas também a expectativa de vida média para cada idade. Em 2011, uma mulher de 40 anos, por exemplo, teria mais 40,2 anos de vida. Um homem da mesma idade, no entanto, viveria mais 35,3 anos.
Em relação à taxa de mortalidade na infância (até cinco anos), o Brasil conseguiu antecipar o cumprimento de uma das metas do milênio, da ONU. Em 2010, a taxa de mortalidade na infância era de 19,4 óbitos. Em 2011, foi de 18,7. A meta a ser atingida, em 2015, era de 19,9 óbitos a cada mil habitantes.
– O padrão etário da população brasileira tem se transformado rapidamente. E o país tem apresentado reduções significativas na taxa de mortalidade. Sabemos que condicionalidades como escolaridade da mãe, esgotamento sanitário e melhoria de renda contribuem para esse cenário. O que é difícil captar numa pesquisa censitária é o quanto a propagação da informação sobre os cuidados necessários a uma criança tem ajudado – diz Juarez de Castro Oliveira, gerente de Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.
De acordo com as Tábuas, a taxa de mortalidade infantil (até um ano), em 2011, ficou em 16,1 para mil nascidos vivos. A queda no período que vai de 1980 a 2011 foi de 76,7%.
Levantamento de óbitos em domicílios
Nesta edição, pela primeira vez, o IBGE fez um levantamento sobre os óbitos em domicílios. A partir daí, cruzou com o tipo de esgotamento sanitário. Os resultados mostram que, nos domicílios com rede geral de esgoto ou pluvial, as taxas de mortalidade infantil e na infância são, respectivamente, 14,6 e 16,8 para cada mil habitantes. No entanto, naqueles nos quais só existe vala, as taxas chegam a 21,0 e 24,8.
Acesse o pdf: Expectativa de vida ultrapassa 74 anos (O Globo – 30/11/2012)