(Jornal Nacional) Em Minas Gerais, a tecnologia está sendo usada para ajudar na proteção de mulheres ameaçadas pelos companheiros.
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O clima de romance no relacionamento não durou mais do que um ano. Primeiro veio o ciúme exagerado. Em seguida, as ameaças e o medo.
“O que passa na cabeça da outra pessoa a gente nunca sabe. Esse momento de querer se vingar porque o outro lado não aceita a rejeição”, diz uma mulher.
Para garantir a proteção de mulheres vítimas de violência doméstica, a justiça de Minas Gerais está acompanhando os passos do agressor que cumpre a pena em regime aberto. O monitoramento é feito por meio de tornozeleiras eletrônicas. Quem teve prisão preventiva decretada, também vai usar o equipamento em vez de ir para a cadeia. Cinco pessoas já estão com a tornozeleira.
A tornozeleira envia um sinal de rádio por satélite e também pode ser rastreada pelas antenas de telefonia celular. Já a vítima vai receber um aparelho de radiofrequência e todos os passos dela também serão monitorados pela polícia.
O aparelho de rádio cria uma barreira virtual de proteção em volta da vítima. Se o agressor se aproximar dela, desrespeitando limites estipulados pela justiça, a polícia fica sabendo imediatamente.
“Muitas vezes se liberava o indivíduo e a gente não sabia onde ele se encontrava. Com a tornozeleira, nós sabemos onde esse indivíduo está 24 horas por dia, sete dias por semana. Todos os movimentos dele são monitorados. Com isso, a gente tem um avanço na liberação do indivíduo, mas controlando ele como se ele estivesse preso”, acrescenta Murilo Andrade, subsecretário de Administração Prisional de Minas.
Projeto parecido está sendo implantando em Vitória, no Espírito Santo. Cem mulheres em situação de risco de violência vão carregar uma espécie de rádio e serão rastreadas 24 horas por dia pela Guarda Municipal.
“Apertando o botão, abre um microfone, e tudo que está naquele ambiente é captado e gravado para ser usado posteriormente como prova judicial”, explica Marcelo Nolasco, secretário de Cidadania e Direito de Vitória.
Para o sociólogo Luiz Flávio Sapori, é preciso garantir que a resposta seja imediata.
“Para isso funcionar, a polícia tem que ser acionada rapidamente e tem que chegar e abordar o homem também rapidamente”, ressalta o sociólogo.
Acesse em pdf: Agressores de mulheres vão usar tornozeleira eletrônica em Minas (Jornal Nacional – 09/03/2013)