(Portal G1) Não se surpreenda se alguém pedir “liga lá em casa”, mas atender a ligação no ônibus. Pela primeira vez, o celular é o único serviço telefônico de mais da metade das residências do Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (27).
As informações constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) referentes a 2012. No ano, a fatia das casas brasileiras que dispensam o telefone fixo para concentrar as ligações telefônicas apenas no celular chegou a 51,3% (32,2 milhões de domicílios).
Os dados do mesmo estudo, mas referentes a 2011, já apontavam a tendência, pois as residências com essa característica chegavam a 49,7% do total (30,5 milhões).
O celular avançou sobre as casas que não contratavam nenhum tipo de acesso a serviços de telefonia.
Esse movimento reduziu a participação do grupo das residências sem telefone fixo nem celular dos 10% (6,2 milhões) do total, em 2011, para 8,7% (5,5 milhões) do total, em 2012.
Isso ajudou à telefonia chegar a 91,2% das residências brasileiras (57,3 milhões) no ano passado, um avanço em relação à participação de 89,8% registrado no ano anterior.
Apesar de o celular ser o motor da telefonia no Brasil, 37% das cidades brasileiras possuem à disposição apenas um serviço de telefonia móvel, segundo levantamento do G1 feito na base de dados da Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel).
A preferência por utilizar apenas o celular está presente, sobretudo, entre os domicílios que tinham renda inferior a dez salários mínimos, em 2012, ou R$ 6.222. Chegava a 60,6% do total dos lares com essas características.
Conforme os rendimentos vão se tornando mais polpudos, a tendência diminui. Das casas com renda entre 10 e 20 salários mínimos (R$ 12.444), apenas 19,5% optam por usar apenas o celuluar. Entre aquelas com renda superior a 20 mínimos, são apenas 11,9% nessa condição.
A telefonia celular já possui mais linhas do que a fixa, devido às tarifas de interconexão, que encarecem as ligações para fora da rede das operadoras. Isso favorece que um único usuário contrate mais de uma linha, de diferentes operadoras.
Essa lógica estimula a modalidade pré-paga, que possuía 211,5 milhões de linhas em julho de 2013 –último dado disponível–, o que corresponde a 79,2% de todos os acessos à telefonia móvel.
Já as linhas pós-pagas somam 20,7% do total, com 55,5 milhões de linhas. Considerando somente as pessoas que possuíam um celular, segundo o IBGE, o número de linhas por brasileiros era de 2,17.
Acesse o PDF: Pela 1ª vez, maioria das casas do Brasil usa apenas celular, diz Pnad (Portal G1 – 27/09/2013)