(Folha de S.Paulo) Expectativa é que público potencial das TVs Câmara e Senado aumente em até 20% com novos lançamentos. Apesar de a expansão da rede coincidir com ano eleitoral, não há influência direta na campanha, diz Alves
Em ano de campanha, congressistas vão contar com um reforço na exposição e na divulgação de seus mandatos nos Estados. O Congresso vai ampliar a cobertura das TVs Câmara e Senado, colocando em operação canais com tecnologia digital em pelo menos nove capitais.
A expectativa é de um aumento de até 20% no público potencial das TVs, alcançando mais de 43 milhões de pessoas. A exibição de discursos em plenário, audiências em comissões temáticas e debates sobre projetos em tramitação nas Casas ocupa a maior parte da grade de programação dos canais.
Na Câmara, ainda são exibidos boletins informativos sobre atividade dos deputados em seus redutos eleitorais para mostrar que, quando não estão na capital federal, geralmente nas segundas e sextas-feiras, os deputados continuam exercendo suas atividades junto às bases.
Outra medida que ganha fôlego é a interação entre congressistas e eleitor. As TVs costumam exibir perguntas de cidadãos, que são respondidas pelos parlamentares.
A ampliação da cobertura será possível pela extensão da TV digital que faz parte da rede de convênios firmada com assembleias legislativas e câmaras municipais. A rede utiliza o recurso da multiprogramação, que permite o compartilhamento de um mesmo canal por quatro emissoras diferentes.
Ou seja, num canal, é possível assistir à programação das TVs Câmara e Senado e das TVs dos legislativos do Estado e do município.
AUDIÊNCIA
A nova cobertura terá custo adicional de pelo menos R$ 26 milhões –parte desse montante já foi gasto em contratos fechados desde 2012.
Pelos acordos, cabe à Câmara e ao Senado comprar antenas, transmissores e outros equipamentos para garantir a transmissão do sinal digital (aberto para as cidades). Já os Estados têm que garantir infraestrutura e fornecimento da energia elétrica para os canais.
A Câmara ficou responsável por implementar o sistema em nove cidades, entre 2013 e 2014, ao custo de R$ 13,2 milhões. O Senado tem dez cidades, com gasto de R$ 12,7 milhões.
A previsão é que, nas próximas semanas, Goiânia, Cuiabá, Palmas e São Luís lancem o sinal digital oficialmente –atualmente, o sistema funciona em caráter experimental. Nos próximos meses, ele deve ser inaugurado em Macapá, Natal, Rio Branco, Recife e Salvador.
Atualmente, a rede legislativa chega a 13 capitais e oito cidades do interior. Segundo ranking de audiência dos canais de TV por assinatura divulgado pelo Ibope, em agosto de 2013, dos 60 canais mais vistos, a TV Câmara estava na 32ª posição, à frente, por exemplo, do GNT, Fox Sports e TV Justiça.
Para o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a ampliação das TVs representa “valorização do Legislativo” e, apesar de o calendário de expansão do sistema coincidir com a corrida eleitoral, não há influência direta na campanha.
O Congresso pretende expandir ainda mais o alcance das TVs. A Câmara solicitou ao Ministério das Comunicações canais de TV ou rádio para mais de 400 municípios.
Segundo o Congresso, a ampliação dos canais segue cronograma estabelecido pelo comitê gestor. A instituição diz que há economia, já que os gastos são divididos entre Câmara e Senado, impedindo duplicidade de despesa.
Acesse o PDF: Canais legislativos terão maior alcance em ano de eleições (Folha de S.Paulo, 19/01/2014)