(R7) Luislinda se tornou a primeira mulher negra a exercer o cargo de magistrado
Neste sábado (8) é comemorado o Dia Internacional da Mulher e o R7 escolheu duas mulheres fortes, guerreiras e vencedoras para homenagear todas as mulheres da Bahia: a vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento e a desembargadora Luislinda Valois.
A desembargadora Luislinda Valois se mostrou lutadora desde criança. Filha de motorneiro e de lavadeira, aos 9 anos, foi discriminada por um professor, que desprezou a simplicidade de seu material escolar. Ele afirmou que se ela não podia comprar o material adequado, não devia estar estudando e sim cozinhando feijoada para brancos. Naquele momento, ela decidiu que estudaria e voltaria para prender o professor racista.
Luislinda se tornou a primeira mulher negra a exercer o cargo de magistrado e a primeira a sentenciar tendo como base a Lei do Racismo no Brasil. Apesar de tudo isso, a desembargadora ainda sente o preconceito por ser mulher e negra.
—Nos Tribunais, os cargos de comando são ocupados por homens brancos e de famílias tradicionais e, eu sou negra, pobre, periférica, nordestina, e divorciada. Foi muito difícil pra mim.
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) determinou que a juíza baiana Luislinda Valois fosse promovida ao cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). O CNJ utilizou como argumento principal o critério de antiguidade para a concessão da promoção. O relator do caso, Jorge Hélio Chaves de Oliveira, e todos os demais conselheiros decidiram de forma unânime em prol do requerimento.
— Para ser desembargadora eu tive que recorrer a um processo junto ao CNJ. É difícil ser negra neste país, a situação é muito difícil.
Luislinda Valois diz que para a mulher conquistar um espaço com visibilidade na sociedade precisa ousar e lutar pelos seus direitos.
No dia internacional da mulher, a juíza deixa uma mensagem para todas as mulheres do país.
— Procure crescer em todas as áreas, evolua, cuide dos seus filhos com todo vigor.
Acesse o PDF: “É difícil ser negra neste país”, dispara desembargadora Luislinda Valois no Dia da Mulher (R7, 08/03/2014)