(O Estado de S. Paulo, 29/03/2014) Casais homossexuais do Reino Unido aproveitaram os primeiros minutos deste sábado para oficializar sua união, após a entrada em vigor de uma nova lei no país. Trata-se de um profundo sinal de mudança em um país onde pouco mais de uma década atrás era proibido “propagandear” a homossexualidade.
Pesquisas de opinião mostram que quase dois terços dos britânicos apoiam a união homossexual, sendo que a aprovação é ainda maior entre os jovens. No país não foram registrados grandes protestos contra o casamento gay, ao contrário do que aconteceu na vizinha França. Bandeiras com arco-íris foram hasteadas em dois prédios governamentais nesta sexta-feira, em um gesto classificado pelo vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, como “um pequeno símbolo para celebrar uma enorme conquista”.
Na década de 1980 o governo da primeira-ministra Margareth Thatcher aprovou um projeto que proibia as escolas e autoridades locais de propagandear a homossexualidade ou descrevê-la como uma “pretensa relação familiar”. Essa lei só foi revogada em 2003. Mesmo assim, quando o Parlamento aprovou o casamento gay em junho do ano passado, foi por uma ampla margem e com o apoio do Partido Conservador, do premiê David Cameron.
O governo também conseguiu driblar parte da oposição ao projeto ao permitir que alguns grupos religiosos se recusem a promover casamentos entre homossexuais, como os quakers e os judeus liberais. A Igreja Anglicana, que possui o maior número de fiéis no país, está dividida sobre o assunto e ainda não promoveu nenhuma celebração desse tipo.
O Reino Unido é o 15º país do mundo a legalizar o casamento entre homossexuais, mas o avanço nos direitos dos gays ainda não é universal. Vários países, incluindo Uganda e Rússia, introduziram recentemente leis contra os homossexuais.
Fonte: Associated Press.
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