(Blog do Sakamoto, 08/04/2014) O deputado federal Jean Wyllys (PSol-RJ) é, hoje, um dos políticos mais influentes nas redes sociais. Mexendo em temas polêmicos (e sem ser uma unanimidade entre os progressistas, com posições que desagradam parte dos movimentos feminista e negro, por exemplo), ele se tornou uma das pessoas mais amadas e, ao mesmo tempo, mais odiadas da internet brasileira.
Em entrevista concedida ao UOL, Jean afirmou que não acredita que os conservadores estejam crescendo em número, mas sim reagindo.
“O processo de redemocratização do Brasil, o fim da ditadura militar, a promulgação da Constituição cidadã em 88 produziram um discurso público que recalcou os fascistas e conservadores. E tudo o que é recalcado não desaparece, retorna em algum momento sob diferentes máscaras.” Para ele, com as redes sociais e a possibilidade de expressão anônima, o fascismo saiu do armário. E o próprio ambiente democrático e a liberdade de expressão deram a chance de pessoas virem a público dizer o que pensam, mesmo que o que elas pensem ameacem o próprio regime democrático.
Jean também considera que a criminalização da homofobia não é a melhor saída para resolver o problema. ”Homofobia tem a ver com preconceitos e preconceitos são falsas certezas socialmente partilhadas. E falsas certezas só podem ser desconstruídas com conhecimento, com educação que produza a vida com pensamento. Essas pessoas não tiveram essa educação, essa educação lhes foi negada”, afirma.
“Não acho que a prisão seja o lugar de alguém que chama o outro de “viado escroto”, eu não quero que as pessoas que me ofendam e me insultam na internet vão para a prisão. Quero que elas me respeitem, quero que sofram uma sanção que as levem a refletir sobre o outro, a se colocar no lugar do outro.”
A entrevista com Jean Wyllys pode ser vista na íntegra ou em vídeos por tema. Ele fala sobre a percepção equivocada do que sejam direitos humanos, a presidência de Dilma Rousseff, defende a legalização da maconha, a regulamentação da prostituição e a aprovação de um projeto de defesa dos direitos de transexuais. Questiona o projeto de criminalização da homofobia como único caminho, trata de machismo e assédio sexual, critica a influência dos fundamentalistas religiosos na política e defende o marco civil da internet.
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