(Portal Fórum, 29/04/2014) O goleiro Bruno, condenado pela morte de Eliza Samudio, estampa a capa da edição de abril da revista Placar. A publicação atrai os leitores para a entrevista exclusiva com o ex-jogador de futebol e ainda divulga uma de suas falas: “Me deixem jogar”. A vitimização de Bruno incomodou alguns internautas, que repudiaram a revista e sugeriram uma capa alternativa.
Na capa proposta, é Eliza quem tem a voz: “Eu queria ter visto meu filho crescer”. A imagem foi idealizada por Cynthia Beltrão e feita por Rosiane Pacheco. “Se houvesse dignidade, igualdade e humanidade na Justiça, nenhuma mulher teria sido dada como comida aos cachorros. E a nenhuma mãe seria negado o sagrado direito de enterrar sua filha. A revista Placar, paga não sei com que dinheiro mais imundo, estampa o goleiro Bruno, julgado culpado pela morte de Eliza Samudio, como um coitado, privado de trabalhar. Ele pede direitos que ele negou à Eliza”, declaram elas.
Em um texto publicado no Blogueiras Feministas, Fabiana Moraes expressa sua indignação. “Na verdade, essa capa não é absurda, não deveria ter me causado tanta surpresa. Ela é na verdade a confirmação de uma situação, é uma peça-símbolo do tipo de visibilidade que se concede aos homens e mulheres desse País, no qual uma pesquisa equivocada parece ter diminuído a gravidade do fato de mulheres com saias curtas “estarem pedindo” para serem molestadas sexualmente”.
Outras falas divulgadas pela Placar também reforçam o caráter de vítima do goleiro. “Muita gente acha que, por ter sido jogador de futebol, eu tenho regalias aqui. E não é. Pago um preço alto pela fama” e “Não estou acabado. Mas sobrou muito pouco do meu dinheiro, longe de poder levar uma vida confortável quando sair daqui” são alguns dos comentários de Bruno.
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