Os ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Saúde e Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres lançaram campanha para incentivar beneficiárias do programa Bolsa Família a se protegerem do HIV/Aids.
Para conter o crescimento da epidemia de HIV/Aids entre mulheres, o governo federal irá realizar uma ação interministerial de prevenção das DST/HIV-Aids nos centros de assistência do Ministério do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome (MDS), que atendem aos beneficiários do Bolsa Família.
Além de informações, esses serviços também vão distribuir preservativos. Para divulgação dessa iniciativa foi lançada a campanha Camisinha, um Direito Seu, que tem duas beneficiárias do Bolsa Família como garotas-propaganda dos materiais impressos. Também serão veiculados spots nas rádios do país, com mensagem às mulheres gravada pela atriz e cantora Zezé Motta.
Entre as peças da campanha estão: folders, cartazes, faixas, porta-preservativos, manuais explicativos para as mulheres sobre a importância do uso da camisinha e materiais que ensinam aos gestores como participar da ação, que prevê a distribuição de 1 milhão de preservativos em Centros de Referência em Assistência Social nas capitais brasileiras. Segundo os organizadores da campanha, nestes locais são atendidas 1,2 milhão de mulheres em situação de pobreza ou extrema pobreza.
Em entrevista à Agência Brasil, a ministra da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, Nilcéa Freire, afirmou que as mulheres que vivem em casamentos heterossexuais acham que não precisam usar o preservativo. “Elas têm que ser donas de suas próprias vidas e saber negociar com seus maridos o uso da camisinha”, destaca a ministra.
“O objetivo é facilitar o acesso ao preservativo às mulheres de baixa renda, orientá-las sobre como discutir com o parceiro a questão do uso da camisinha e incentivá-las a fazerem o teste de HIV”, diz o release de divulgação da campanha, que contém os dados abaixo:
“Feminização – A ação é parte do Plano Nacional de Enfrentamento de Feminização da Epidemia de Aids e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis, criado devido ao aumento da epidemia entre as mulheres.
Segundo o Boletim Epidemiológico de 2009, em 1986, a razão entre os sexos era de 15 casos de Aids em homens para cada caso em mulheres, e a partir de 2002, a razão estabilizou-se em 15 casos em homens para cada 10 em mulheres. Na faixa etária de 13 a 19 anos, o número de casos de Aids é maior entre as jovens do que entre os rapazes. A inversão apresenta-se desde 1998, com oito casos em meninos para cada 10 casos em meninas.
Entre 2000 e junho de 2009, foram registrados no Brasil 3.713 casos de Aids em meninas de 13 a 19 anos (60% do total), contra 2.448 meninos. Na faixa etária seguinte (20 a 24 anos), há 13.083 (50%) casos entre elas e 13.252 entre eles. No grupo com 25 anos e mais, há uma clara inversão – 174.070 (60%) do total (280.557) de casos ocorrem entre os homens.
A Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira, lançada pelo Ministério da Saúde em 2009, também ajuda a explicar a vulnerabilidade das jovens à infecção pelo HIV. De acordo com o estudo, 64,8% das entrevistadas entre 15 e 24 anos eram sexualmente ativas (haviam tido relações sexuais nos 12 meses anteriores à pesquisa). Dessas apenas 33,6% usaram preservativos em todas as relações casuais.
Entre os homens, 69,7% dos entrevistados eram sexualmente ativos. Mas eles usam mais a camisinha: 57,4% afirmaram ter usado em todas as relações com parceiros ou parceiras casuais.
Em 2007, a taxa de incidência de Aids em mulheres acima de 50 anos praticamente dobrou em relação da 1997, passando de 5,2 casos por 100 mil habitantes para 9,9 casos. Nos homens, passou de 12 casos por 100 mil habitantes para 18, no mesmo período.”
Mais informações
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Tel:
Site: www.mds.gov.br
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais
Tel: (61) 9221-2546/3306 7051/ 7033/ 7010/ 7016/
Site: www.aids.gov.br – E-mail: [email protected]
Atendimento ao cidadão
0800 61 1997 e