(Folha de S. Paulo, 14/07/2014) A cantora, escritora e ativista LGBT Maria Evangelina Leonel Gandolfo, mais conhecida pelo seu nome artístico, Vange Leonel, morreu nesta segunda-feira (14) em São Paulo, aos 51 anos. Ela lutava contra um câncer no ovário.
Ela estava internada no hospital Santa Isabel, em Santa Cecília, região central da cidade. O velório será realizado nesta terça-feira (15) no cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra (SP), das 10h às 14h. O corpo será cremado.
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Na “Revista da Folha”, Vange foi responsável por uma coluna GLS de 2001 a 2010.
Atualmente, ela escrevia sobre cervejas artesanais no blog “Lupulinas”, no site da revista “Carta Capital”, em parceria com a jornalista Cilmara Bedaque, com quem estava casada há mais de duas décadas.
No domingo, Cilmara havia alertado os amigos, por meio de sua conta no Twitter, sobre o problema de saúde da cantora e disse que estava vivendo o pior momento de sua vida.
Nesta segunda, escreveu: “um sentimento que deixa partir tendo a certeza da liberdade do amor.” E continuou: “Ela então sonhou que era livre. Do cateter, das agulhas em suas veias, do buraco em seu peito. Eu só pude dizer: você é livre.”
OBRA
Vange ingressou na carreira musical em 1979, na banda de reggae Os Camarões, ao lado de seu primo, Nando Reis. Nos anos 1980, foi vocalista do grupo de rock Nau, com quem lançou um disco homônimo.
Ela lançou ainda dois discos solo, “Vange” (1991), produzido por Nando, e “Vermelho” (1995).
Com o primeiro, emplacou a música “Noite Preta” como tema de abertura da novela “Vamp”, na TV Globo, no início dos anos 1990.
Em 1992, recebeu o Prêmio Sharp de Música como “cantora revelação de pop/rock”.
Como escritora, lançou “Lésbicas” (1999), “Grrrls: Garotas Iradas” (2001), “As Sereias da Rive Gauche” (2002) e “Balada para as Meninas Perdidas” (2003).
Vange também chegou a escrever peças. Em 2000, estreou “As Sereias de Rive Gauche”, com direção de Regina Galdino, e em 2006, “Joana Evangelista”, encenada pelo grupo Os Satyros.
REPERCUSSÃO
Pelas redes sociais, diversas personalidades lamentaram a morte de Vange.
“Que dias estranhos… Acabo de saber do falecimento de minha amiga amada, parceira de luta e artista admirável Vange Leonel. Tristeza”, escreveu o deputado Jean Willys (PSOL – RJ).
“#RIP Vange Leonel, mulher de extraordinária coragem”, disse a jornalista Mônica Waldvogel.
A cantora Karina Buhr escreveu: “Vange Leonel, ídola q só conheci pelas palavras. Agressiva na maravilhosidade.É assim nossa passagem por terra firme e não cansa de assustar.”
O músico e apresentador Luiz Thunderbird disse estar arrasado. “Vange Leonel foi vocalista da banda Nau, das mais legais dos anos 80. Ela era grande cantora do Rock Nacional da época! Muito triste! Vange Leonel, querida! Seu fã pra sempre!”, escreveu.
“RIP Vange Leonel… Uma muié de fibra”, escreveu o músico e apresentador de TV João Gordo.
Acesse o PDF: Morre aos 51 anos em Sao Paulo a cantora e ativista LGBT Vange Leonel (Folha de S. Paulo, 14/07/2014)