(Bem Paraná, 29/07/2014) O Disque 100, número de denúncias de violência contra vulneráveis da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, registrou um salto de 75% no número de chamadas denunciando a violência contra o idoso no Paraná, com 1.768 ligações no ano passado. No Brasil, o aumento foi ainda mais significativo: 195%, totalizando cerca de 40 mil ligações. Entre 1997 e 2013, o Disque Idoso Paraná (0800-410001) atendeu 35.771 chamadas envolvendo idosos, e 16.403 foram denúncias. Somente no ano passado foram 1.907 denúncias, média de 158,92 por mês.
“A violência contra o idoso ainda é muito presente na sociedade. Existe um descaso muito grande, tem filho querendo internar os pais para poder ficar com os bens deles, querendo se apoderar, netos que batem e roubam os avós, as vezes até para comprar droga. É cada situação que a gente fica até estarrecido de ouvir”, afirma a coordenadora municipal da Pastoral do Idoso, Zélia Terezinha Chimentão.
Na maioria dos casos, a vítima é mulher. Entre 2011 e 2013, 4.293 idosas foram vítimas da violência no Paraná, enquanto no mesmo período 2.114 homens enfrentaram o mesmo problema, segundo dados do Disque Idoso. As denúncias mais comuns são de violência verbal e psicológica, abuso econômico, financeiro e patrimonial, negligência e/ou abandono e violência física.
Ações públicas — Se por um lado o aumento das denúncias é positivo, evidenciando que a violência contra os mais velhos já não é tão invisível, por outro aponta que o problema é crescente. Para piorar, as políticas públicas são insuficientes para garantir o bem-estar àqueles que já chegaram à terceira idade.
Violência física em queda
Nos últimos três anos, o número de denúncias de violência física contra idosos registrou forte queda. Em 2011, tal crime respondia por 20% das denúncias. No ano passado, caiu para 9%. Outro tipo de denúncia que registrou queda foi a de abuso econômico, financeiro e patrimonial, passando de 24% em 2011 para 13% em 2013.
Por outro lado, os casos de negligência e/ou abandono estão ganhando espaço. Em 2011, a ocorrência respondia por 18% das denúncias. No ano passado, já representava 22% das ligações.
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