(Folha de S.Paulo) “Em 1989 eu tinha quase 5 anos e meus pais já estavam divorciados havia dois anos. Ele não se conformava com a separação e, numa noite, foi à casa dos meus avós, em Piedade [um bairro de Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife], e fez o que fez. Ele matou minha mãe e atirou em mim, no meu irmão -que tinha dois anos- e no meu tio. Levei um tiro que atravessou o meu braço direito. Meu irmão levou um tiro transfixante na cabeça que afetou o lado esquerdo do corpo dele.”
José Ramos Lopes Neto – acusado de matar sua ex-mulher, Maristela Ferreira Just, e ferir os dois filhos do casal e um ex-cunhado – foi preso em flagrante e solto com um habeas corpus cerca de um ano depois. Desde então aguarda o julgamento em liberdade.
“Em 21 anos, diversos artifícios legais foram usados pela defesa para postergar o julgamento. O réu trocou de advogado cinco vezes”, diz a reportagem da Folha, que informa que o acusado deverá ser julgado em 1º de maio no Fórum de Jaboatão dos Guararapes (Grande Recife).
O pai do acusado, o advogado Gil Teobaldo de Azevedo, de 77 anos, evita comentar o caso. A reportagem da Folha informa que “em entrevistas dadas anteriormente, ele alegou que o filho matou por ter sido ofendido pela vítima ao tentar a reconciliação. Azevedo concordou com o crime. ‘Se não matasse, não comia na minha mesa’, disse à imprensa local”.
Leia o depoimento na íntegra: Quero meu pai preso, depoimento de Nathália Just (Folha de S.Paulo – 30/05/2010)
Veja também: Decretada prisão preventiva do assassino de Maristela Just (JC Online – 01/06/2010)