(Folha de S.Paulo) A aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo pelo Senado argentino foi comemorada por ativistas dos direitos dos homossexuais.
Para Maria Rachid, 35, presidente da Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (FALGBT), a nova legislação abre portas para outras reformas legais e demonstra que a Igreja Católica estava novamente equivocada.
Leia a seguir trechos da entrevista concedida a Gustavo Hennemann, correspondente da Folha em Buenos Aires:
“Folha – Por que a Argentina foi o primeiro país da América Latina a aprovar a lei?
Maria Rachid – Resultou da conjuntura política atual e de experiências negativas vividas pelo país. A ditadura militar e a crise de 2001 foram situações muito injustas e repressivas, que nos obrigaram a ser mais solidários e justos.
Não é contraditório aprovar essa lei num país onde a Igreja Católica é tão poderosa?
Sim. Mas a igreja se equivocou muitas vezes na história, e os argentinos sabem disso.
O movimento gay conquistou o que mais queria?
Era algo difícil e muito importante, mas falta aprovar uma lei de identidade de gênero, para que os transexuais possam trocar de nome nos documentos.
A lei abre que tipo de precedentes na Argentina?
Abre portas para outras conquistas, não só dos homossexuais, como a descriminalização do aborto. Tomara que o caminho tenha ficado mais fácil.”