(Folha de S. Paulo, 26/09/2014) A participação de mulheres em conselhos e cargos mais altos de empresas abertas cresce nos países e em quase todos os setores, mas em média, não passa de 13%, segundo um estudo do Credit Suisse Research Institute.
A diversidade nos conselhos avançou de 9,6% em 2010 para 12,7% no final de 2013. A presença feminina no topo da administração registrou 12,9% no final do ano passado, mas varia muito conforme o país e a indústria.
“O progresso das mulheres na administração é mais difícil”, diz Stefano Natella, chefe da área de pesquisa do banco em Nova York e fundador do instituto.
“O maior percentual delas (18,9%) está em áreas como RH e jurídico, de menor influência e que oferecem menos oportunidades de virar CEOs (3,9% são mulheres).”
No Brasil, 2,2% de mulheres são presidentes e 14,6% lideram áreas como RH. A média nacional é de 8,9%.
“Uma das vantagens de ter maior diversidade de gênero é que as companhias exibem maior retorno sobre o capital. Mas não se sabe se isso ocorre porque companhias maiores e mais estruturadas têm mais mulheres.”
Países que adotaram cotas têm a maior diferença entre o número de mulheres nos conselhos e na gestão. A inclusão obrigatória em conselhos pouco aumentou a presença na alta administração.
“As cotas geraram um debate positivo, mas devem ser temporárias. Melhor do que estabelecê-las é desenvolver transparência. Empresas deveriam informar o número de mulheres no comando. Algumas se sentiriam confortáveis, outras não, o que poderia estimular mudanças”, diz.
O levantamento foi feito com 3.100 empresas, 26 mil diretores em 44 países.
Acesse o PDF: Empresas com mais mulheres na cúpula têm maior retorno, aponta Credit Suisse (Folha de S. Paulo, 26/09/2014)