(R7/O Provocador, 07/10/2014) A Idade Média continua vigorando no planeta Terra. Em pleno século XXI, somos obrigados a conviver com uma mentalidade que remete a humanidade ao seu período mais violento, ignorante e sombrio. Nesse pesadelo que se recusa a acabar, as mulheres continuam a ser a vítima preferencial. Aqui ou alhures.
“Ela teve o que mereceu”. A frase graciosa foi proferida, em tom convicto, pelo lutador americano de MMA War Machine, para justificar a agressão, criminosa e, principalmente, covarde contra sua ex, a atriz pornô Christy Mack. O motivo não poderia ser mais torpe: ciúmes. O cara realmente acredita que a moça é propriedade dele.
Mesmo preso, o troglodita não demonstra arrependimento. Em carta escrita a um amigo, divagou que, no Texas, poderia ter atirado nela e em seu atual namorado, que sairia ileso, pois naquele Estado ainda sobrevive a figura jurídica abjeta do “crime passional”. Um cretino consumado.
Antes fosse um caso isolado, a ser tratado com desprezo por pessoas esclarecidas e civilizadas. Mas sabemos que essa mentalidade impera em todas as sociedades, e, aqui no Brasil, com folga. Uma país que, mesmo tendo uma Lei Maria da Penha, convive diariamente com mulheres sendo espancadas, humilhadas e subtraídas de seu direito básico à integridade física.
Há muito isso deixou de ser uma mera questão cultural. É, na verdade, uma epidemia que ataca homens desprovidos de caráter e da mínima decência moral. Abdicam da masculinidade e deixam de ser homens quando preferem agir, deliberadamente, como animais em estado bruto.
Precisamos ser duros e impiedosos com os vermes que insistem em tratar suas companheiras como objetos ou escravas. E mais firmes com aquelas mulheres que se submetem a esse tratamento indigno, sem se rebelar.
Claro que não é fácil se libertar do opressor, principalmente quando ele dorme ao lado. Mas a ninguém pode ser dada a opção de condenar o ser humano a viver nas trevas. Nessa briga, todos temos a obrigação de meter a colher.
Marco Antônio Araújo
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