(Correio Braziliense, 19/10/2014) Quem achava que o profissional de contabilidade era quase sempre um homem extremamente formal, de poucas palavras e ocupado com série de cálculos vai se surpreender com as estatísticas. O perfil mudou e a contabilidade hoje usa saia, tem proximidade com a clientela e domina com facilidade múltiplas tarefas simultâneas.
“O toque feminino está ajudando a sociedade a entender o complicado mundo contábil. Com o avanço da mulher nesse mercado, percebemos mudanças no exercício da profissão, agregando o saber ouvir e a sensibilidade na conversa e na forma de interagir”, destaca Sandra Maria Batista, a primeira mulher presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-DF), em seus 54 anos de existência.
Os homens ainda são maioria, mas a participação feminina vem crescendo. Pesquisa do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) mostra que, nos últimos 10 anos, mais de 85 mil mulheres ingressaram na carreira. Em 1996, elas eram 27,45% do total e, em 2013, passaram para 33,9%. “Em cinco anos, o número tende a se igualar ou até ultrapassar”, aposta Sandra, considerando o avanço das mulheres nos cursos de ciências contábeis, nos quais ocupam 41,53% das cadeiras em sala de aula.
As contadoras admitem sofrer discriminação em alguns momentos, mas jamais pensam em desistir. No dia em que mais de 130 mulheres recebiam sua carteira do CFC, um grupo que atua no mercado há mais de cinco anos avaliou a crescente demanda pelas ciências contábeis.
Vera Batista
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