(eBand) No primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República, realizado pela Rede Bandeirantes, participaram Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL).
Saúde como prioridade
Quando perguntada a respeito de qual questão escolheria – entre segurança, educação e saúde – para atacar imediatamente após a posse, caso eleita presidente, Marina Silva respondeu: “A educação está na base de tudo, porque sem ela acabamos tendo menos segurança, menos saúde, porque a desinformação é responsável pela falta de oportunidades e também responsável por boa parte das doenças que as pessoas são acometidas. Mas é óbvio que vou escolher a saúde para ser uma das primeiras medidas a serem tomadas no meu governo, se Deus quiser. Por que a saúde, nós sabemos, é algo que não pode esperar nenhum momento. Milhões de brasileiros continuam nas filas, milhões de brasileiros continuam esperando meses ou anos para poder marcar um exame. E eu sei o que é ficar na fila como indigente. Eu sei o que é um péssimo atendimento de saúde, porque já tive a oportunidade de vivenciar como indigente as filas dos hospitais lá no Estado do Acre, a falta de atenção com a saúde pública. Algumas coisas melhoraram, melhoraram, mas nós precisamos inclusive dar recursos porque hoje os municípios estão bancando sozinhos a questão da saúde praticamente. Os Estados não repassam o dinheiro, a União não repassa corretamente e a média de repasse dos municípios em recursos já está em torno de 22%. Quando eleita, uma das coisas que vou fazer em relação à saúde é mobilizar o Congresso Nacional, mobilizar prefeitos e governadores para que possamos regulamentar a emenda 29, que até hoje não foi regulamentada e tem levado à morte milhões e milhões de brasileiros”.
Sobre a questão da saúde, a candidata Dilma Rousseff respondeu: “Nós temos que completar o Sistema Único de Saúde. Para isso, as Unidades de Atendimento 24 horas são essenciais, porque a população precisa ter para onde ir, no caso de uma urgência ou emergência. Eu irei expandir e criar 500 UPAS. Ao mesmo tempo, eu acredito na importância fundamental de ampliar cada vez mais o Brasil Sorridente, que é levar pelo SUS o tratamento dentário. Também ampliar e universalizar o SAMU. (…) Uma questão fundamental é o tratamento da mulher e da criança, antes do nascimento até um ano de vida. Daí nós estamos falando de uma Rede Cegonha, que integraria o atendimento à criança ao atendimento da mãe.”
Na Saúde, José Serra prometeu acelerar o atendimento à população, encurtando o tempo de consulta e de realização de exames, com a criação de 150 AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades).
Educação: da creche à pós-graduação
No segundo bloco do programa, Marina perguntou a Dilma como ela faria para destinar 7% do PIB para a educação como havia prometido no bloco anterior. A candidata petista respondeu que, no Brasil, “temos uma população maior produtiva e uma menor de crianças e idosos, por isso, devemos aproveitar essa oportunidade e investir em educação”. Dilma prometeu também criar mais 6 mil creches no país.
“Temos de pagar bem o professor e temos também de dar ao professor e à professora a oportunidade de uma formação continuada. Por isso, é tão importante ter uma visão integrada da educação: da creche à pós-graduação. Ampliar, como nós fizemos no nosso governo, as universidades. E formar, cada vez mais, melhores professores para que as nossas crianças e os nossos jovens, no ensino básico, tenham uma qualidade de ensino que transforme o Brasil numa potência desenvolvida e capaz de gerar cada vez melhores empregos”, afirmou Dilma.
Na Educação, José Serra prometeu “criar um milhão de vagas no ensino técnico”.
Combate ao crack
“Eu acho que essa questão do crack é essencial pra gente preservar a família e proteger os jovens do crime e da violência”, afirmou Dilma Rousseff, que defendeu “dar apoio através de tratamentos especializados, utilizando também as comunidades terapêuticas, que podem vir da sociedade civil, das igrejas, desde que acompanhadas pelo ministério, e com os protocolos estabelecidos.”
Em seguida, Dilma perguntou à candidata do PV como ela, se for eleita, irá combater o crescimento do crack na sociedade brasileira. Marina respondeu: “O crack é um dos graves problemas que pode afetar nossa sociedade”, disse. “Eu tenho andado esse Brasil a fora e aonde chego mães desesperadas vem me falar que seu filho está viciado em drogas”. Por isso, Marina declarou que é preciso criar políticas integradas “entre prefeitura, Estado, governo federal e principalmente com pessoas que são especializadas ao tratamento e possam tratar com amor” o usuário do crack.
Uma mulher na Presidência
No bloco de encerramento, os debatedores fizeram seus comentários finais. Dilma Rousseff declarou considerar que participar desse processo de mudança que o país tem vivido nos últimos anos a transformou em uma pessoa melhor e diz ter devolvido ao país a certeza de que ele pode ser desenvolvido.
Para a candidata, “as mulheres estão preparadas para serem presidentes da República”. Ela ressaltou não concorrer ao cargo por um mero projeto pessoal, mas sim pela “realização do sonho de milhões de pessoas”.
Marina afirmou acreditar que o país está pronto para eleger uma presidente mulher. Para ela, um país que superou preconceitos ao eleger um sociólogo, seguido por um operário, está pronto para ter uma mulher de origem humilde, de raízes amazônicas, como presidente.
Confira no site eBand como foi o primeiro debate entre presidenciáveis
Fontes: eBand e sites dos presidenciáveis:
Dilma Rousseff: http://www.dilma13.com.br
José Serra: http://www.joseserra.org.br/
Marina Silva: http://www.minhamarina.org.br