LGBT’s debatem direitos, violência e o impacto das eleições

31 de outubro, 2014

(O Estado de S. Paulo, 31/10/2014) Exibição e discussão de filme sobre violência contra gays e congresso no Largo São Francisco marcam retomada do debate pós-eleição sobre direitos LGBTs

Poucas vezes a questão dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais – os chamados LGBTs – esteve tão em evidência no debate político quanto nas eleições deste ano. Do recuo da candidata Marina Silva (PSDB), que lançou um programa que atendia às principais reivindicações desses grupos e, em menos de 24 horas, voltou atrás; às declarações de Dilma Rousseff (PT), nos instantes finais da campanha, comprometendo-se a defender a criminalização da homofobia, a questão ficou em evidência de julho a outubro.

Agora, passado o fragor eleitoral, os movimentos de defesa dos direitos LGBTs começam a se mobilizar para avaliar o impacto das eleições e redefinir estratégias para o segundo mandato de Dilma. Já se sabe que esses movimentos vão pressioná-la para que cumpra sua promessa de campanha.

Um exemplo desse novo quadro é o debate marcado para terça-feira, dia 4, na sede do Sindicato dos Advogados de São Paulo (Sasp). Organizado pela Comissão da Diversidade Sexual, o encontro vai focalizar as questões da violência homofóbica e da sua criminalização.

O debate será precedido pela exibição do filme Laio – Ninguém Se Acha Homofóbico – curta-metragem vencedor do júri popular do Festival Mix Brasil de 2013 (veja o trailer logo abaixo). O diretor, Daniel Grispum, estará presente e participará do debate, ao final da apresentação.

Outro evento previsto para os próximos dias é organizado pelo Centro Acadêmico 11 de Agosto, da Faculdade de Direito de Universidade de São Paulo (USP). Trata-se do Congresso Direito e Lutas do Movimento LGBT,  entre os dias 10 e 13 de novembro.

Estão previstas mesas-redondas sobre temas que variam da criminalização da homofobia às relações entre a esquerda e o movimento gay. Na lista de convidados aparecem os nomes de Marisa Fernandes, mestre em história social e integrante do Coletivo de Feministas Lésbicas; o juiz federal Roger Raupp Rios, que participará de uma mesa sobre Tensão entre Reconhecimento e Normalização; e a socióloga Regina Facchini, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu.

O evento é organizado pelo Centro Acadêmico 11 de Agosto.

VIOLÊNCIA

O roteiro do curta-metragem Laio foi escrito a partir do episódio, ocorrido em São Paulo, na Avenida, quando um jovem gay foi agredido com uma lâmpada fluorescente. Segundo o material distribuído pela produção, trata-se de um filme “sobre como um adolescente comum pode se tornar um agressor brutal num momento de explosão”. Aborda “o comportamento em grupo e as pequenas demonstrações de violência cotidianas que potencializam o preconceito e resultam em violência”.

A exibição, no dia 4, começa às 19h30. O Sindicato dos Advogados de São Paulo fica na Rua da Abolição, 167, bairro Bela Vista, na região central.

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