(EFE, 28/02/2015) A reunião de mulheres líderes organizada pela ONU Mulheres em Santiago do Chile terminou neste sábado com um chamado à ação para redobrar os esforços e renovar o compromisso político para erradicar a desigualdade de gênero até 2030.
“É preciso acelerar progressos tangíveis para 2020 e também conseguir a paridade total de gênero, o empoderamento total da mulher e terminar com a desigualdade em 2030”, disse a presidente do Chile, Michelle Bachelet, na cerimônia de encerramento do encontro.
A presidente, anfitriã da reunião, esteve acompanhada do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e da secretária executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka.
Os dois dias de reuniões e painéis sobre mulheres no poder produziram uma declaração final com um chamado à ação assinado pelas dezenas de líderes dos setores político, social e econômico de mais de 60 países que participaram do encontro.
As recomendações serão analisadas na próxima sessão da Comissão da Condição Jurídica e Social da Mulher, que será realizada em Nova York em março, que revisará os avanços e os desafios dos compromissos adquiridos na IV Conferência Mundial sobre a Mulher em Pequim, em 1995.
“Agora é o momento de tomar uma posição, fechar as brechas, derrubar os obstáculos, investir em mulheres e meninas, passar das palavras à ação. Não ano que vem nem amanhã, atualmente”, destacou Ban Ki-moon em seu discurso.
“A razão é simples: não podemos alcançar todo potencial mundial excluindo 50% da população do mundo”, ressaltou o secretário- geral da ONU, que acrescentou que este é um ano “crucial” porque se definirá a nova agenda de desenvolvimento, chamada Post 2015.
O chamado à ação assinado pelas empregadas domésticas na reunião de ONU Mulheres contempla a exigência de um renovado compromisso político para garantir a participação e a liderança das mulheres em todos os âmbitos.
Segundo o documento, a revisão dos 20 anos da implementação da Plataforma de Ação de Pequim, assinada por 189 governos, evidenciou que o progresso foi lento e irregular.
“No ritmo de progresso atual, serão necessários 81 anos para conseguir a equidade de gênero no ambiente de trabalho, mais de 75 anos para alcançar remuneração igual entre homens e mulheres pelo mesmo trabalho realizado, e mais de 30 anos para conseguir o equilíbrio entre mulheres e homens nos postos de decisão”, assinalou o texto.
“Estas mudanças vão enfrentar, sem dúvida, a oposição dos que ostentam uma situação de privilégio. Devemos ser capazes de somar mais e mais organizações e a governos a esta convicção”, assinalou Bachelet.
O documento também propõe acabar com a lacuna no financiamento para a igualdade de gênero, o que implica aumentar de forma significativa os investimentos para a equidade e aplicar um enfoque de gênero nos orçamentos dos países.
“Estamos pedindo para acelerar o ritmo das mudanças para alcançar a plena equidade não em sete ou oito décadas, mas muitíssimo antes”, ressaltou a presidente chilena, que lembrou que nenhum país do mundo conseguiu até agora a igualdade de gênero em todos os âmbitos da vida pública e privada.
Bachelet, que foi a primeira secretária executiva de ONU Mulheres, afirmou que nenhuma agenda de desenvolvimento para os próximos anos pode ter êxito se não tiver “em seu coração o objetivo primordial de conseguir a equidade entre meninos e meninas e entre homens e mulheres”.
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