(ONU Brasil, 26/03/2015) Declaração foi feita pelo diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Giancarlo Summa. Ele disse que o Brasil foi, junto com os Estados Unidos, o país que mais recebeu escravos africanos. Leia nesta matéria da Rádio ONU em português.
O diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Giancarlo Summa, disse que “o Brasil foi um dos países que mais se empenhou na criação da Década de Afrodescendentes”, entre 2015 e 2024.
Summa fez a declaração em entrevista à Radio ONU, em Nova York, para marcar o Dia Internacional em Memória às Vítimas da Escravidão, este 25 de março.
“A ideia é ter uma lembrança dessa dívida histórica que temos com as populações afrodescendentes, que são os herdeiros dos milhões de escravos que foram traficados da África até as Américas. E o Brasil é, junto com os Estados Unidos, o país que mais recebeu escravos africanos traficados. O Brasil é também o último país a ter abolido a escravidão. Se passou mais de um século desde a abolição da escravidão, mas os afrodescendentes continuam sendo a parcela mais sujeita a discriminações e a condições de vida inadequadas no Brasil.”
Em relação à violência, Summa disse que, infelizmente, “o Brasil é um dos países com os maiores índices de homicídio do mundo para cada 100 mil habitantes”.
O país, segundo ele, concentra quase 12% dos homicídios globais e quase 70% das vítimas são jovens negros com menos de 25 anos. “Isso é o que na ONU chamamos de racismo institucional, ou seja, se criaram mecanismos que são até legais, naturalmente não é mais o tráfico de escravos dos séculos 19 e 18, mas a população afrodescendente é a mais afetada por essa situação.”
O diretor do UNIC Rio disse que o objetivo é, junto com o governo brasileiro, realizar campanhas de conscientização sobre essa situação, como também a implementação de políticas públicas para tentar resolver os problemas.
Summa lembrou que o Brasil, com o apoio das Nações Unidas, aprovou e está implementando a lei de cotas e acesso, também chamada de discriminação positiva, em universidades e no serviço público. O representante da ONU disse que esse é um passo concreto para melhorar a vida dessa população.
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