(O Estado de S. Paulo) A ativista iraniana e Nobel da Paz de 2003, Shirin Ebadi, pede que a presidente eleita Dilma Rousseff ajude na luta das mulheres iranianas por liberdade. Em entrevista ao repórter do Estadão, Ebadi criticou o presidente Lula, que quando em visita ao Irã “abraçou Ahmadinejad, deu-lhe um beijo no rosto e partiu”, parecendo ter esquecido que pessoas são aprisionadas e mortas no país.
Perguntada sobre o que espera de Dilma Rousseff em relação às mulheres mantidas em prisões iranianas, a ativista pediu: “Todas as mulheres, muçulmanas ou não, que cheguem ao Irã, têm de cobrir a cabeça. É uma lei estranha, pois quem não é muçulmana não precisa usar o véu. Por favor, diga à sua presidente, em meu nome, para ela não se cobrir com o véu se for ao Irã. Não precisa ter medo da lei no Irã. Por ser presidente, possui imunidade diplomática. Alguém precisa mostrar ao governo do Irã que esta lei não é correta”.
Shirin Ebadi pediu também que a presidente eleita vá conversar com movimentos independentes de mulheres, não apenas as que estão no Parlamento.
Sobre a situação de Sakineh Ashtiani, Ebadi lembra que ela não é a única sentenciada. “Há várias outras com a mesma sentença no corredor da morte. Em vez de apenas fazer campanha por Sakineh, deveríamos lutar pelo fim deste tipo de sentença, ajudando a todas.”
Leia na íntegra: ”Espero que Dilma não se cubra com o véu quando visitar o Irã’ (O Estado de S. Paulo – 14/11/2010)