(Portal Terra) O blog de Bob Fernandes no site Terra Magazine publica entrevista com o antropólogo e historiador Luiz Mott, que analisa as notícias sobre ataques a homossexuais ocorridas nos últimos dias em São Paulo e no Rio de Janeiro e comenta a manifestação oficial da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que critica o projeto de criminalização da homofobia.
Para Luiz Mott, os últimos episódios de agressão a homossexuais são resultado da intolerância, que tem sido reforçada por um discurso fundamentalista religioso. “A maior visibilidade e a conquista de espaços públicos por parte de homossexuais provocam a ira dos mais intolerantes, que estavam acostumados a um complô do silêncio”, afirma o antropólogo.
“As igrejas cristãs, em geral, têm as mãos sujas de sangue, pela intolerância que divulgam nos púlpitos e nas televisões. Elas fornecem munição ideológica para aqueles que têm ódio de homossexuais, fazendo com que esse ódio aumente. Vai chegar uma época em que o papa e essas igrejas vão pedir desculpas de joelhos aos homossexuais, como a igreja já pediu desculpas aos judeus, negros e índios.”
Para Luiz Mott, que é fundador do Grupo Gay da Bahia (GGB), “o Brasil tem um lado cor de rosa, que é representado pelas paradas gays, tem mais de 200 paradas e a maior parada gay do mundo; tem a maior associação LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) da América Latina; tem o Programa Brasil Sem Homofobia, ou seja, conquistou muitos avanços, mas tem um lado vermelho sangue. O Brasil é o país líder em assassinatos de homossexuais. Não é o país mais homofóbico do mundo, porque não temos leis, como no Egito ou no Iraque, onde os homossexuais podem ser executados, mas, a cada dois dias, um gay, uma travesti ou, em número muito menor, uma lésbica é vítima de crimes de ódio. São crimes praticados com requintes de crueldade”.
Leia a entrevista na íntegra: Mott sobre ataques a gays: Igrejas têm mãos sujas de sangue (Terra – 17/11/2010)