(Bom Dia Brasil, 06/10/2015) Segundo o IBGE, em julho, país tinha 1,404 milhão de pessoas ocupando vagas de serviços domésticos. Em agosto, número caiu para 1,395 milhão.
Diante da crise na economia, e dos novos direitos trabalhistas, tem mais gente querendo trabalhar como empregado doméstico. Quem perdeu a vaga no comércio, na indústria, agora quer voltar a trabalhar em casa de família.
Só que com os novos direitos dos empregados domésticos caiu a procura para quem quer contratar uma empregada mensalista. Os patrões têm procurado mais por diaristas, que trabalham poucos dias na semana, sem vínculo empregatício.
Então fica aquela fila em busca de um emprego fixo. Quando aparece alguma oportunidade, a disputada é grande.
Uma agência de empregos atende cerca de 200 pessoas por dia. Todas estão atrás de uma vaga para trabalhar como empregada doméstica. “Fiquei 21 anos em uma casa e estou há 2 meses desempregada”, conta a empregada doméstica Eliete Rodrigues.
Muitas delas passam o dia todo na agência, esperando por uma entrevista. Segundo a dona da agência, os patrões continuam a querer contratar empregadas. Mas agora, 30% deles, em vez de mensalistas, querem diaristas.
“Folguista, duas, três vezes por semana, empregadas que dormiam no emprego hoje em dia não tem como mais dormir porque a carga horária fica muito grande e os patrões estão evitando”, diz Nalva Souza, dona de agência.
Em outra agência de empregos, que funciona unicamente de maneira virtual, até setembro de 2014, eram 170 mil candidatos a trabalhos domésticos. Em setembro de 2015, esse número quase triplicou. Hoje são 480 mil pessoas procurando uma vaga.
“A gente chega a ter 100 currículos por vagas aqui. Então é uma disputa alta. Tem muitas que migraram para outros setores e que agora voltaram para empregos domésticos. Voltaram porque perderam o emprego em outros setores. Elas voltaram em busca do que elas faziam a princípio, que era o emprego doméstico”, explica a sócia do site de empregos domésticos, Daniele Kuipers.
Com as novas leis, que garantem todos os direitos às empregadas domésticas, o perfil dos patrões mudou. “É tudo muito novo, tanto para quem contrata como para quem está procurando trabalho. É tudo muito novo para as duas partes, enquanto não passar esse medo, acho que vai continuar assim”, declara Nalva Souza, dona de agência.
De acordo com o IBGE, em julho deste ano, o país tinha 1,404 milhão de pessoas ocupando vagas de serviços domésticos. No mês seguinte, agosto, esse número caiu para 1,395 milhão.
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