(O Globo, 14/02/2016) Empresas com pelo menos 30% de líderes mulheres ganham até 15% mais
Companhias com pelo menos 30% das funções de liderança ocupadas por mulheres podem elevar em até 15% o lucro, na comparação com aquelas sem mulheres líderes, segundo um novo estudo do Instituto Peterson para Economia Internacional e pela EY.
O documento, que avaliou dados de cerca de 22 mil empresas em 91 países, revelou que os maiores ganhos ocorreram quando as mulheres estavam em posições executivas como diretora-financeira.
— Mulheres em posição de liderança estão associadas com desempenhos corporativos superiores. A descoberta mais interessante do estudo é a importância de ter mulheres no topo — afirmou o responsável pelo estudo, Marcus Noland.
Segundo ele, a presença de mulheres na diretoria tinha algum efeito em lucro, mas não era “robusto”. O estudo mostrou, no entanto, que uma diretora mais equilibrada em termos de gênero mostra maior interesse em encorajar uma equipe executiva mais equilibrada também.
A pesquisa considerou 13 mil empresas lucrativas, que tinham uma margem de lucro média de 6,4%, e revelou que a margem aumentava em mais de um ponto percentual, ou cerca de 15%, quando mulheres preenchiam pelo menos 30% dos cargos de liderança.
O efeito era ainda mais intenso quando se incluía as empresas não lucrativas na análise. As 22 mil companhias tinham margem de lucro média de pouco mais de 3%. Quando as funções de liderança eram ocupadas por pelo menos 30% de mulheres, essa margem de lucro aumentava em até seis pontos percentuais.
Noland afirmou que, quanto maior a presença de mulheres como líderes, maior parece ser a margem de lucro das empresas. Mas não existe um número definido como o melhor possível para a presença das mulheres.
— Não encontramos o ponto em que há chances de menores resultados porque não temos nenhuma empresa com tantas mulheres.
Outro resultado do estudo é que não há evidências de que a existência de cotas para a presença de mulheres em conselhos de administração tenham qualquer impacto significativo, seja positivo ou negativo, no resultado da empresa. Uma crítica a essas cotas é que acabam criando o fenômeno chamado “saias douradas”, em que um número limitado de mulheres qualificadas ocupam funções em mais de um conselho. Em países como Islândia, Noruega e França — onde há cotas —, cerca de 9% das mulheres trabalham em mais de um conselho, frente a 7% dos homens.
Acesse o PDF: Companhias com mulheres em cargos de liderança lucram mais, diz estudo (O Globo, 14/02/2016)