(Doutíssima, 03/03/2016) Enraizado na sociedade, não é difícil perceber o sexismo no dia a dia – especialmente se você for mulher. O volume cada vez maior de campanhas que buscam igualdade de gênero e liberdade é apenas uma amostra..
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres recebem cerca de 20% a menos que os homens. Nas posições de chefia, elas somam apenas 8% das profissionais. No entanto, não é apenas no trabalho que essa diferença ainda aparece. O desafio é aprender a combatê-la.
O sexismo na vida das mulheres
Em um momento social que é de amplo debate e tentativa de mudança, não é difícil encontrar personalidades assumidamente feministas. Lady Gaga, por exemplo, emocionou a todos durante a cerimônia do Oscar, no último domingo, dia 29.
Ela cantou Til it happens to you, do filme Hunting Ground, que foi indicada à categoria de Melhor Canção Original. Ao lado de mulheres que exibiam frases como incentivo a vítimas de violência sexual, Gaga colocou o tema em pauta.
Mas não e preciso pensar em situações tão extremas para falar do sexismo. Ainda há quem acredite que mulheres não são capacitadas para a ocupação de cargos de chefia ou que deveriam ficar em casa para cuidar dos filhos e do marido.
Já pode casar, moça, boa garota e outras expressões semelhantes também ajudam a reforçar o machismo. Afinal, o casamento não é o sonho de todas as mulheres, por exemplo. Vale repensar.
O assédio é outra face comum do machismo. Segundo a campanha Chega de Fiu Fiu, desenvolvida pelo projeto Olga, cerca de 85% das mulheres já teve partes do seu corpo tocadas sem permissão.
Já os abusos psicológicos e físicos no ambiente profissional foram registrados por cerca de 52% das mulheres economicamente ativas, segundo um levantamento da Organização Internacional do Trabalho. De confidências indiscretas a toques íntimos, as vítimas de perseguição que surgem do sexismo são mais frequentes do que se pensa.
Por que é importante denunciar
Apenas 10% dos casos de estupro no Brasil são de conhecimento da polícia, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os dados de 2014 demonstram a falta de denúncias por parte das vítimas de violência sexual.
Para denunciar, é necessário ir até uma delegacia e abrir um boletim de ocorrência. Pode parecer difícil, mas também é uma atitude que precisa ser incentivada. Hoje já existem leis específicas para garantir a proteção feminina em casos como esses, a exemplo de Maria da Penha.
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