(Jovem Pan/Uol, 09/03/2016) Os casos de zika vírus devem sobrecarregar a área da saúde no Brasil pelos próximos anos, e as dificuldades de atendimento devem ser ainda maiores. O tratamento e o amparo às crianças com microcefalia vão gerar uma corrida aos hospitais e a busca por medicamentos. O judiciário também poderá ser impactado com as dificuldades financeiras que vivem os governos estadual, federal e municipal.
O médico epidemiologista, ex-integrante da OMS, Gustavo Bretas, destaca que as doenças causadas pelo Aedes aegypti já sobrecarregam a saúde: “O zika tem essa tragédia que é a questão das crianças com microcefalia, que é algo muito específico ligado à gravidez. O chikungunya dá dores musculares e articulares intensas e faz as pessoas buscarem o serviço de saúde com uma frequência maior”. Bretas, que também integra a Associação Brasileira de Saúde Coletiva, cobra dos países mais ricos medidas de combate ao zika.
O deputado Osmar Terra, que coordena a comissão especial da Câmara para combate ao zika, prevê um prejuízo anual de R$ 3 bilhões: “A presidente faz um discurso de que não vai faltar recurso para enfrentar o mosquito e o zika vírus e no dia seguinte o ministro do planejamento contingencia quase R$ 4 bilhões da saúde. Mas não tem dinheiro? Prioriza! Isso é prioridade. Saúde é o que interessa”. Terra defende a pensão especial dos governos para vítimas de microcefalia. Os casos de zika em todo o mundo fazem aumentar a procura por pílulas abortivas.
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