(Fiocruz, 08/03/2016) O Brasil possui um dos índices mais altos de assassinatos de travestis. Embora os dados sejam subnotificados, para se ter um exemplo, só em janeiro deste ano, foram registradas 50 mortes violentas de mulheres trans. Com a proposta de conferir maior visibilidade às necessidades de uma população que sofre discriminações até mesmo dos profissionais de saúde, terá início, em março, a primeira pesquisa nacional que intenciona conhecer o perfil sociodemográfico e a sexualidade das travestis brasileiras. O trabalho Estudo de Abrangência Nacional de Comportamentos, Atitudes, Práticas e Prevalência de HIV, Sífilis e Hepatites B e C entre Travestis e Mulheres Trans, coordenado pela pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e também professora da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, Monica Malta, será realizado em duas etapas e em 12 capitais do país, com uma amostragem de 4.700 entrevistas.
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Na primeira fase, os pesquisadores conversarão com lideranças Trans de cada município, profissionais de saúde, representantes de ONGs e gestores de políticas públicas voltadas para tal população. Essa etapa irá informar e, também, ajudar a elaborar melhor a segunda fase do estudo, na qual as participantes serão convidadas a responder a um questionário cujo objetivo é traçar o perfil das especificidades de cada região. Após a etapa do questionário, todas as participantes serão convidadas a fazer testes para HIV, Sífilis, Hepatite C e B.
Por fim, de acordo com a necessidade e demanda de cada participante, serão feitos encaminhamentos para serviços públicos diversos, como tratamento das infecções identificadas, apoio psicológico, serviço social, ou para atendimentos especificamente contratados para a população Trans, como a troca de nome em documentos ou obtenção de hormonioterapia por meio do SUS nos municípios que oferecem.
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